Moradores conquistam direito de participar do projeto Nova Luz, em São Paulo

Área na região central da capital paulista tem primeiro conselho gestor das zonas especiais de interesse social

Moradores atingidos pelo projeto Nova Luz conquistam participação em processo de requalificação (Foto: Camila de Oliveira)

São Paulo – O primeiro Conselho Gestor das Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) da capital paulista foi formado na terça-feira (14), na região da Luz e Santa Ifigênia, área central da cidade. Para os movimentos sociais, é a primeira oportunidade para a população local participar do projeto Nova Luz, iniciativa articulada pela prefeitura da capital paulista que pretende requalificar 45 quarteirões na área delimitada pela rua Mauá e pelas avenidas Ipiranga, São João, Duque de Caxias e Cásper Líbero.

O projeto Nova Luz enfrenta resistência de moradores e lojistas da região que reclamam da falta de diálogo e transparência. Parte das obras depende de desapropriações e demolições que colocam em dúvida o futuro de moradores e negócios da região. De acordo com o Plano Diretor da cidade, a formação de um conselho gestor é obrigatório para Zeis – áreas demarcadas no território de uma cidade, para assentamentos habitacionais de população de baixa renda.

Há quatro meses, movimentos sociais da região reúnem-se com a prefeitura para apresentar propostas a serem implementadas pelo Conselho Gestor para minimizar os impactos sociais do projeto Nova Luz, descrevem os moradores.

Segundo a urbanista Simone Gatti, a formação do primeiro conselho gestor da Zeis “representa um momento histórico para os movimentos de moradia que atuam no centro de São Paulo”.

Para a presidente da Associação de Moradores Amoaluz, Paula Ribas, a moradia nunca recebeu atenção do projeto Nova Luz, nem mesmo da própria prefeitura. “Hoje somos uma unidade junto a movimentos sociais de moradia, assim consolidamos a voz e vez nesse processo histórico”, avalia.

O projeto de revitalização da Luz foi aprovado pela lei 14.917/09 e dividido em duas etapas, ambas licitadas pela prefeitura junto a empresas particulares. Na primeira etapa, que deve terminar em junho deste ano, as empresas do consórcio que venceu o processo licitatório – Concremat, Companhia City, Aecom e FGV – realizaram o projeto urbanístico da Nova Luz.

Na próxima etapa que deve entrar em licitação no segundo semestre, a empresa vencedora vai implantar o projeto urbanístico, com desapropriações, demolições e realizar novas construções.