Comerciantes e moradores criticam falta de diálogo da prefeitura de SP sobre Nova Luz

Entre os temores de quem mora ou trabalha na região histórica da Luz está o de perder casas e comércios (Foto: Divulgação Câmara Municipal) São Paulo – Comerciantes e moradores […]

Entre os temores de quem mora ou trabalha na região histórica da Luz está o de perder casas e comércios (Foto: Divulgação Câmara Municipal)

São Paulo – Comerciantes e moradores da região da Santa Ifigênia e da Luz mostram apreensão a respeito dos planos da prefeitura para a região. O projeto da Nova Luz vem sendo conduzido com pouca transparência e diálogo, além de carecer de documentação pública, apontam lideranças da região. Durante audiência na Câmara de Vereadores, nesta terça-feira (12), eles discutiram com representantes do poder público e manifestaram insatisfação diante das indefinições.

Entre os temores de quem mora ou trabalha na região histórica da Luz está o de perder casas e comércios. Apesar do apoio à revitalização do bairro, os comerciantes da região, entre eles lojistas da Santa Ifigênia, criticam a prefeitura pela falta de diálogo com a comunidade.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Santa Ifigênia, Joseph Hanna Fares Riachi, se disse “magoado” com o projeto. Segundo ele, são 50 mil famílias dependentes de 15 mil empresas só na área da rua Santa Ifigênia que não foram consultados sobre a grande reformulação que está prevista na área. “Nunca participamos das discussões e o prefeito nunca fez nada pela região”, disparou. “O primeiro ofício sobre isso recebemos na sexta-feira (8)”, complementa.

Para a urbanista Suely Mandelbaum, não se trata de má comunicação por parte das empresas que compõem o projeto nem da prefeitura. “É uma falta de informação embasada”, aposta. “Eles só dizem, mas não escreveram nada até agora sobre esses benefícios prometidos”, descreve a urbanista.

Outro receio da comunidade é que casas, prédios e lojas sejam desapropriados por baixos valores e depois vendidos a altos preços. Os comerciantes também temem perder clientes ao serem obrigados a mudar para outra área. “Como se muda um comércio com 50 anos de tradição e com clientes no Brasil inteiro?”, questiona o dono de uma loja de autopeças, comum na região da avenida Duque de Caxias.

Segundo o secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, quem tiver de deixar a casa  será beneficiado com moradia em outro local. Ele também garante que haverá um “enorme esforço” para evitar desapropriações e retirada de lojas.

A audiência teve ânimos exaltados. Dois vereadores irritaram-se com um comerciante que comparou o prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM) a Adolf Hitler e chamou os parlamentares de “vendidos”. Houve necessidade de se apartar os envolvidos para evitar trocas de agressões físicas.

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