Após tiroteio, tropas tomam Complexo do Alemão

São Paulo – Homens das Forças Armadas e da Polícia Militar tomaram na manhã deste domingo (28) o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, naquela que está sendo classificada […]

São Paulo – Homens das Forças Armadas e da Polícia Militar tomaram na manhã deste domingo (28) o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, naquela que está sendo classificada como a maior operação de combate ao narcotráfico na história da cidade. O comandante geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, informou que a operação foi concluída em pouco tempo e com pouca resistência.

“Vencemos. Trouxemos liberdade para o povo do Alemão. Não tivemos dificuldade. Tivemos cobertura dos helicópteros e os blindados fizeram o seu papel”, afirmou. Os traficantes, de acordo com os policiais, fugiram ou tentaram se esconder em casas de parentes, o que resultou na prisão, até agora, de 20 suspeitos. As tropas passaram o dia realizando buscas nas 30 mil residências do morro.  

O clima, apesar da tomada rápida do controle, é tenso. A expectativa é saber se a polícia vai conseguir manter a presença no local e se haverá revanche dos traficantes. O subchefe da Polícia Civil do Rio, delegado Rodrigo Oliveira, descreveu como assustadora a situação vista após a ocupação. Carros, pneus queimados, entulho e muito lixo foram deixados no caminho pelos bandidos em fuga.

Em nota, o governador Sérgio Cabral ponderou que a principal marca da ocupação do Alemão é a parceria entre prefeitura, governo estadual e governo federal. “A reconquista do território do Complexo do Alemão pelo Estado é um passo fundamental e decisivo na política de segurança pública que traçamos para o Rio de Janeiro. Mas o trabalho para garantir, de uma vez por todas, o direito de ir e vir dos cidadãos de bem apenas começou.”

Já o prefeito Eduardo Paes, em entrevista à GloboNews, afirmou que se trata de uma “refundação da cidade” e prometeu colaborar para que o narcotráfico não volte a se apoderar da área. “Vai haver uma invasão de serviços públicos municipais nessa comunidade. Limpeza, saúde, serviços sociais, urbanizar parte da comunidade. Não tem limite de recursos financeiros.”

A polícia deu um ultimato no sábado (27) para que os traficantes se rendessem e entregassem as armas. Mas, segundo a Polícia Militar, não houve nenhuma rendição no local determinado dentro da favela. Ao menos 30 suspeitos foram detidos ao tentar escapar do cerco, incluindo dois homens acusados de serem importantes líderes do tráfico de drogas na localidade.

Criminosos e as tropas da brigada paraquidista do Exército trocaram tiros repetidas vezes desde a ocupação militar das entradas e saídas do Complexo do Alemão, deixando ao menos 10 feridos.

A operação em torno do Alemão foi anunciada na quinta-feira (25), quando a polícia ocupou a favela Vila Cruzeiro, também na zona norte do Rio. Com ajuda de veículos blindados da Marinha e fuzileiros navais, o local era tido como reduto dos criminosos que teriam comandado as ondas de incêndios a veículos na cidade. Dezenas de homens armados foram filmados fugindo a pé da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão.

Ao menos 100 carros e ônibus foram incendiados por criminosos desde o domingo passado. A ações da polícia em resposta aos ataques nas ruas deixaram pelo menos 45 suspeitos mortos em confrontos, de acordo com a polícia. Uma jovem de 14 anos também morreu, vítima de bala perdida. Mais de 100 suspeitos já foram presos pelas autoridades por envolvimento com o crime organizado.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil.

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