ONS nega falha no ilhamento durante blecaute e sugere mais segurança nos isoladores

Brasília – O grupo de trabalho criado pelo Ministério de Minas e Energia para analisar as causas do blecaute do último dia 10 estuda medidas para evitar que os isoladores […]

Brasília – O grupo de trabalho criado pelo Ministério de Minas e Energia para analisar as causas do blecaute do último dia 10 estuda medidas para evitar que os isoladores das torres de alta tensão falhem novamente. A falha desses isoladores é considerada, até o momento, uma das causas mais prováveis da queda de energia que afetou 18 estados.Segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp,uma das possibilidades é a implementação de um sistema de proteção da chuva, para evitar que o acúmulo de água reduza a capacidade de isolamento na torre.

“Se se concluir que em uma região pode chover mais que 1 milímetro por minuto de chuva concentrada, providências serão tomadas no sentido de melhorar a suportabilidade dos isoladores, com trocas ou adaptações”, explicou Chipp, que faz parte do grupo de trabalho junto com representantes do ministério e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Um dos aparelhos que podem ser colocados nas torres funciona como guarda-chuvas, protegendo o isolador para impedir que a água escorra por ele, formando uma película que reduz sua eficácia, informou o diretor do ONS. “Alguma coisa deve ser feita para dar maior suportabilidade, acima das normas brasileiras. Seria uma coisa bastante prudente, as medidas mais rápidas possíveis, para que não se fique sujeito a essas situações, caso a chuva se repita”, afirmou Chipp. As normas brasileiras preveem que os isoladores devem suportar até 1 milímetro de chuva por minuto.

Chipp também negou que o processo de ilhamento do blecaute tenha falhado. Segundo ele, o ilhamento funcionou ao proteger a Região Sul, impedindo que o problema se estendesse com gravidade para as regiões Norte e Nordeste e até permitindo que partes de São Paulo conseguissem manter o fluxo de energia.

“O que faltou? Nessa experiência, houve regiões em que a queda foi mais lenta. Nessas, vamos pesquisar, para esse tipo de fenômeno, a possibilidade de ligamento. Nas outras, em que o colapso foi mais rápido, não adianta ilhar, porque a tensão está em 20%. Você ilhou, apagou”, explicou Chipp. Segundo ele, para o ilhamento funcionar, a tensão na região tem que estar pelo menos em torno de 80%. “Não adianta ilhar e não conseguir manter aceso”, completou.

O Relatório de Análise de Tensão (RAP) com as conclusões dos técnicos do ONS e as sugestões para evitar novos curtos dessa magnitude deve ser entregue na próxima sexta-feira (4) ao Ministério de Minas e Energia.

Fonte: Agência Brasil

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