Para Pinguelli, problema foi elétrico e não de energia

Em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, físico Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe-UFRJ aponta hipóteses para o blecaute

Passageiros do lado de fora de estação em São Paulo durante blecaute que atingiu o país na terça-feira(10).(Foto: Mario Miranda/Reuters)

O blecaute ocorrido na noite de terça-feira (10) foi um problema elétrico e não de energia, avaliou o físico Luiz Pinguelli Rosa, diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A hipótese levantada pelo especialista em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, é de que houve interrupção na linha de transmissão.

Na matriz energética brasileira, mais de 70% de toda energia elétrica gerada vem de hidrelétricas. Como barragens exigem grandes investimentos e inundação de áreas amplas, elas se concentram em pontos espalhados pelo país normalmente distantes dos principais centros consumidores.

Para Pinguelli, o mais provável é que uma tempestade ou vendaval tenha interrompido a linha de transmissão que liga a usina de Itaipu, a principal do país, ao restante do sistema. “”Foi um jogo de dominó, com as peças em pé. Um foi caindo e batendo no outro. É preciso fazer o desligamento ou cria problemas maiores”, cogitou.

Nesse caso, a queda evita queima de equipamentos e consequências mais graves. O físico defendeu o investimento em um sistema que evitasse que os efeitos de uma falha como a que deve ter ocorrido se propague tanto.

Ainda assim, ele ressaltou que não se sabe ao certo o que aconteceu. “Tudo indica que foi um acidente, mas devemos estar preparados para o pior também”, alertou.

“É preciso ter um jeito, talvez ter linhas a mais, para que se possa bloquear a propagação de um acidente que provavelmente tem sua causa em algum fenômeno atmosférico intenso”, explicou. Ele descartou a hipótese de sabotagem no Brasil.

“Não existe segurança absoluta na engenharia. Não se pode garantir 100% de nada, nem em uma viagem em um avião dos mais modernos. O que se pode é minimizar o risco”, sustentou.

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