Resistência

No mês das mulheres, trabalhadoras sem-terra fazem jornadas por democracia, direitos e alimentação saudável

Atividades em todo o país também denunciam problemas de gênero

Acervo MST
Acervo MST

São Paulo – No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira (8), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vai organizar uma série de atividades pelo país. Segundo a organização, as atividades ocorrem em 24 das 27 unidades das federação, principalmente desta segunda-feira (6) até quarta.

Segundo as mulheres sem-terra, as atividades visam, entre outros objetivos, a denunciar a fome, a violência e a destruição da natureza. Como diz o MST, são “cruéis facetas do agro-golpe-tóxico-negócio no Brasil”. Elas também falam em democracia e pedem “anistia zero” àqueles que participaram dos ataques golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.

Assim, para o movimento, o poder financeiro no campo “estabeleceu laços com o neofascismo, crescente na sociedade brasileira”. E foi um dos principais fomentadores das “tentativas de golpe” no país desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.

O agro e a fome

“A denúncia também expõe uma das maiores contradições difundidas pelo agronegócio, que não produz alimentos para o país e sim lucro para uma elite agrária e empresas multinacionais. Enquanto cerca de 60% da população passa fome ou não tem alimentos suficientes para sua família, o setor bateu recordes de safra e exportações de suprimentos”, diz o MST. Assim, as mulheres sem-terra se mantêm ” em luta e resistência por terra, para dela cuidar e produzir alimentos saudáveis e por democracia”.

As jornadas são organizadas junto com organizações feministas de origem popular, também para apontar problemas de gênero. “Nesse bojo também denunciamos as diversas formas de violências patriarcal e racial, que têm atingido as pessoas em condições de vulnerabilidade e feito vítimas em nossas áreas, como os casos de feminicídio, assassinatos LGBTIfóbicos e suicídios que vivenciamos nos últimos anos.” Em documento, as mulheres sem-terra defendem relações humanas emancipadas, livres de todas as formas de violência”.

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