212,7 milhões

População brasileira envelhece. Mulheres e negros mantêm maioria

Analista aponta mudança da estrutura etária: brasileiros até 29 anos eram metade da população, agora são 44%

Agência Brasil
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São Paulo – A população brasileira cresceu 7,6% em 10 anos, até 2021, e é estimada em 212,7 milhões, segundo o IBGE. Também está mais velha e mantém maioria feminina. A pesquisa divulgada nesta sexta-feira (22) mostra ainda aumento da participação de negros, novamente em maior número que o brancos no país.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua – Características Gerais dos Moradores, também no intervalo entre 2012 e 2021 o número de pessoas com menos de 30 anos caiu 5,4%. E houve aumento em todas as outras faixas. Assim, o grupo de até 29 anos, que era praticamente metade da população em 2012, agora representa 43,9% – de 98,7 milhões para 93,3 milhões. Já a população de 30 a 59 foi de 38,8% para 41,4%, e os brasileiros acima de 60 foram de 11,3% para 14,7%. Dessa forma, moradores com mais de 30 agora representam 56,1% do total.

população brasileira por idade

Mulheres têm menos filhos

“Essa queda (dos mais jovens) é um reflexo da acentuada diminuição da fecundidade que vem ocorrendo no país nas últimas décadas e que já foi mostrada em outras pesquisas do IBGE”, comenta o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto. “É uma mudança na estrutura etária da população brasileira, que reflete a queda no número de jovens e o aumento de idosos. Esse indicador revela a carga econômica desses grupos sobre a população com maior potencial de exercer atividades laborais. Sabemos que há idosos ativos no mercado de trabalho, além de pessoas em idade de trabalhar que estão fora da força. Mas o indicador é importante para sinalizar a potencial necessidade de redirecionamento de políticas públicas, inclusive relativas a previdência social e saúde”, acrescenta.

Entre as regiões, a maior concentração de jovens está no Norte: 30,7% da população com menos de 18 anos. No Nordeste, 27,3%. Mas em ambos o caos houve redução. O Sudeste tem 16,6% das pessoas com 60 anos ou mais e o Sul, 16,2%. “Na comparação com 2012, a participação da população idosa cresceu em todas as grandes regiões. Entre os estados, aqueles com maior concentração de idosos são Rio de Janeiro (19,1%) e Rio Grande do Sul (18,6%). Já Roraima tem a menor participação desse grupo etário em sua população (7,7%)”, informa o IBGE.

Centro-Oeste e Norte foram as regiões com maior aumento populacional nestes últimos 10 anos. Concentram 7,8% e 8,7% da população brasileira, respectivamente. O Sudeste tem 42,1% do total, seguido do Nordeste (27,1%) e do Sul (14,3%).

Mulheres no Congresso: baixa representação fragiliza direitos e trava avanços sociais

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Mulheres representam 51,1% da população brasileira (Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias)

Pretos e pardos: 56%

De 2012 a 2021, a participação das pessoas que se declaram brancas caiu de 46,3% para 43%. Já as pretas passaram de 7,4% para 9,1% e as pardas, de 45,6% para 47% – a classificação é adotada pelo IBGE. Assim, pretos e pardos somam 56,1%. Em 10 anos, a população preta e parda cresceu acima da média do país (7,6%): 32,4% e 10,8%, respectivamente, enquanto a branca ficou estável.

No Sul (75,1%) e no Sudeste (50,7%), há predomínio de brancos. O Nordeste tem a maior proporção de pessoas declaradas pretas (11,4%), subindo para 21,5% na Bahia. No Rio de Janeiro, são 14,2%. As regiões com maior concentração da população parda são Norte (73,4%), Nordeste (63,1%) e Centro-Oeste (55,8%).

Mulheres: maioria da população brasileira e mais velhas

Por sua vez, as mulheres representam 51,1% da população do país. São 108,7 milhões. Os homens somam 103,9 milhões (, totalizando 108,7 milhões, enquanto os homens correspondiam a 48,9% (103,9 milhões). A população masculina tem “padrão mais jovem”, segundo o IBGE. A partir dos 35 anos, a proporção de mulheres é superior à dos homens em todos os grupos.

Já o número de domicílios particulares cresceu de 61,5 milhões, em 2012, para 72,3 milhões. “Nesses domicílios, o arranjo mais frequente era o nuclear, estrutura composta por um único núcleo, seja formado por um casal com ou sem filhos ou enteados ou pelas chamadas famílias monoparentais, quando somente a mãe ou o pai criam os filhos, sem a presença do outro cônjuge.” Esse modelo correspondia, no ano passado, a 68,2% do total. E aumentou para 14,9% a proporção de unidades domésticas om apenas um morador, na maioria homens (56,6%). “Há um padrão etário. Das mulheres que moram sozinhas, cerca de 60% são idosas, enquanto os homens que moram sozinhos são, em média, mais jovens”, diz o analista.

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