1º de abril

Cordão da Mentira celebra 10 anos de arte e denúncia no Centro Velho de São Paulo

Artistas de teatro, dança e música e diversos movimentos sociais voltam às ruas com o mote “Verás que tudo é mentira”, às 17h no Teatro Municipal

Divulgação
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São Paulo – Com o mote “Verás que tudo é mentira”, um ato público neste 1º de abril marca os 10 anos do Cordão da Mentira. A manifestação reúne cultura, ativismo social e indignação com a violência e as mentiras de Estado, do passado e do presente. A concentração é às 17h no Teatro Municipal de São Paulo. Em seguida, o cortejo “Desfil&scracho” percorre as ruas do Centro Velho da capital paulista, com arte, performances e intervenções dos mais diversos movimentos sociais.

Desde 2012, o Cordão da Mentira promove atos com os “sobreviventes das violências perpetradas por este longo processo de (des)construção simbólica chamado Brasil”, como afirmam os organizadores. “Entre eles as populações indígenas e negras, os corpos das mulheres e dos transexuais, a vida operária, sem-terra e sem-teto: os condenados da terra.”

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Em 2022 o Cordão da Mentira lembrará também 15 anos dos Crimes de Maio, a maior matança ocorrida após o processo de redemocratização. E os 30 anos do Massacre do Carandiru, a maior carnificina prisional de nossa história. Isso porque são dois acontecimentos que mancharam a história do país e apontaram os limites do processo de redemocratização. 

Nesse sentido, participam movimentos como o Mães de Maio e de mães de vítimas de violência do Estado de Santos, Salvador, Rio e São Paulo. Além de familiares de mortos e desaparecidos da ditadura, lideranças indígenas, do Movimento Negro Unificado (MNU), Padre Júlio Lancelotti, MST e MTST. Será ainda homenageado o jornalista Alípio Freire, ativista morto em abril do ano passado em decorrência da covid-19.

cordão da mentira alípio freire
Jornalista Alípio Freire será homenageado pela 10ª edição do Cordão da Mentira

De volta às ruas

Grupos de teatro, sambistas do Cordão da Mentira, Quilombaque e o Bloco Agora Vai acompanham todo o percurso do evento. A ação foi fomentada pelo projeto “O tempo somente é porque algo acontece e onde algo acontece, o tempo está” do grupo Folias d’Arte, contemplado na 36ª Edição do Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

“Decerto, o maior valor dessa luta é a solidariedade e a imaginação para transformar o que aí está. No 1º de abril de 2021, o Cordão da Mentira aconteceu de forma virtual. Criticamos o autoritarismo brasileiro, denunciamos os apoiadores da ditadura e os crimes do atual governo e tivemos a participação de Lirinha, Ailton Krenak, Mães de Maio, Padre Julio Lancellotti, Cecília Coimbra, Kiko Dinucci, Roberta Oliveira e muitos músicos, poetas, grupos de teatro, sambistas do Núcleo Cupinzeiro, Projeto Nosso Samba e Terreiro Grande, lideranças, pensadores e movimentos sociais. Em 2022, é a hora de botar o bloco na rua!”, manifestam os organizadores.

Confira vídeo sobre o Cordão na Mentira na Rádio Brasil Atual


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