Mudança

Nova presidenta da OAB-SP defende apuração das denúncias contra Bolsonaro

Primeira mulher eleita para presidir a seccional paulista da Ordem, criminalista Patrícia Vanzolini vê sérias acusações, especialmente sobre a pandemia

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Vencedora em disputa acirrada, Patrícia prometeu defender, de maneira intransigente, a valorização dos advogados paulistas

São Paulo – A advogada criminalista Patrícia Vanzolini, eleita ontem (25) para presidir a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) nos próximos três anos, defendeu apuração aprofundada das denúncias contra Jair Bolsonaro. “Há sérias acusações quanto à gestão da pandemia, muitas delas resultado da CPI do Senado, que precisam ser investigadas em profundidade”, disse Patrícia, em entrevista a um jornal de São Paulo. “Defendemos que é preciso aprimorar as regras do processo de impeachment para evitar que apenas uma pessoa ao ser questionada sobre o impeachment do presidente Jair Bolsonaro.”

Primeira mulher a ocupar o cargo desde a fundação da seccional paulista, em 1930, Patrícia Vanzolini falou também que reconhece “o peso da responsabilidade que e é reconstruir a OAB” e defender intransigentemente “as prerrogativas de todos os advogados e da valorização da profissão”.

A primeira mulher a presidir a OAB SP venceu uma eleição muito disputada, que avançou até as últimas horas de votação e apuração, com acusações de boca de urna irregular e fraude.


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Além disso, houve ataques da oposição direcionados ao atual presidente, Caio Augusto Silva dos Santos, que buscava a reeleição. Ele chegou a liderar a contagem no início da apuração, mas terminou em segundo lugar.

Responsabilidade

Também ficaram para trás os candidatos Alfredo Scaff, Dora Cavalcanti e Mário de Oliveira Filho. “O momento é de união e responsabilidade, com o compromisso de atuar para todos os advogados, independentemente da chapa que eles defenderam neste pleito”, afirmou a presidenta eleita.

Além da disposição para o embate, a eleição interna foi marcada por tentativas dos candidatos de se desvincularem de associações político-partidárias que pudessem rachar sua base de votos. O impeachment do presidente Jair Bolsonaro, abertamente discutido pelo Conselho Federal sob a presidência de Felipe Santa Cruz, não foi deliberadamente abordado nas campanhas. Desde a redemocratização, a OAB apoiou a destituição dos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff.

Esta eleição foi a primeira em que as chapas tiveram de respeitar a paridade de gênero e a reserva de 30% dos cargos para advogados negros e pardos, seguindo resolução aprovada pelo Conselho Federal da OAB. A divisão equilibrada foi apoiada por Patrícia, que chegou a sugerir a ampliação das políticas inclusivas para atender também pessoas com deficiência e LGBTQIA+.

Com informações do jornal O Estado de S.Paulo