CONEXÃO

Leilão do 5G começa hoje com 15 empresas inscritas

Análise das propostas devem durar até amanhã (5). Coalizão Direitos na Rede (CDR) contesta os termos do edital

Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília
Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília
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São Paulo – A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realiza, nesta quinta-feira (4), o leilão do 5G. A maior licitação do setor já realizada no país deve se estender até amanhã por conta da análise sobre as propostas entregues por todas as 15 empresas que se habilitaram para as diferentes faixas de frequência oferecidas.

O leilão prevê a venda das frequências de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, em blocos nacionais e regionais. Se todos os lotes forem arrematados, a expectativa é que o leilão levante R$ 49,7 bilhões. Das 15 registradas para a competição pelas faixas do 5G, apenas cinco já atuam nesta área no Brasil: Vivo, Claro, Tim, Algar Telecom e Sercomtel.

5G para poucos

No Brasil, poucas cidades estão aptas a receber a receber o 5G. De acordo com levantamento feito pela Conexis Brasil Digital, só Boa Vista, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Palmas, Porto Alegre e Porto Velho têm legislações para instalação de infraestrutura e antenas para implementar a nova tecnologia.

Além disso, entidades ligadas à Coalizão Direitos na Rede (CDR) contestam os termos do edital. Elas denunciam que os critérios estabelecidos privilegiam grandes empresas de comunicação, sem estabelecer contrapartidas necessárias que possam garantir a universalização do acesso. Ao leiloar um amplo espectro de uma só vez, a CDR aponta prejuízo aos cofres públicos, já que o valor mínimo de R$ 49,7 bilhões estaria subestimado.

A Coalizão ingressou com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) acusando a Anatel de improbidade administrativa no leilão do 5G. O documento também aponta que os termos do edital ferem princípios do Marco Civil da Internet.

O que muda com a tecnologia 5G?

As redes 5G prometem mais velocidade e estabilidade. Elas funcionam via radiofrequência, assim como as gerações anteriores (4G e 3G). Portanto, o que muda é, basicamente, o espectro coberto, expressivamente maior no 5G. Até por isso, é possível entregar uma maior velocidade.

Para não entra em conflito com outros serviços que também utilizam ondas de rádio, o 5G precisará de frequências próprias, o que demandará investimentos em infraestrutura e ampliação da cobertura de sinal no país.

Enquanto a tecnologia 1G tinha velocidade de 2kbit por segundo e o 4G, de 1 Gbit por segundo, o 5G terá velocidade para baixar informações de até 100 Gbit por segundo. Já a capacidade de conectar dispositivos poderá abranger até 1 milhão de aparelhos por quilômetro quadrado.


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