Preconceito crônico

Homem negro é obrigado a tirar a roupa em mercado para provar que não roubou

Desta vez, novo caso de racismo foi registrado em loja da rede atacadista Assaí de Limeira, no interior de São Paulo. Polícia registrou ocorrência como “constrangimento”, em vez de injúria racial

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Racismo estrutural, mais uma vez. Cliente de loja do Assaí de Limeira-SP fica seminu para provar aos seguranças que não havia roubado nada. Até quando?

São Paulo – Em novo caso de racismo estrutural no país, seguranças de uma loja da rede atacadista Assaí da cidade de Limeira, no interior paulista, obrigaram um homem negro a se despir em público para provar que não havia roubado produtos. A vítima, de 56 anos, ficou apenas de cueca na frente dos demais clientes. A cena de injúria racial foi gravada e replicada nas redes sociais (assista abaixo).

Nas imagens, o homem afirma que é cliente e estava pesquisando preços de alguns produtos. Em um dos vídeos, é possível ouvir a vítima argumentando com os seguranças, antes de ser obrigado a se despir: “Eu roubei alguma coisa nessa loja? Eu vim aqui para comprar e me chamam de ladrão”. Em outro vídeo, ele aparece chorando após passar pelo episódio. A polícia registrou o caso como “constrangimento”, em vez de injúria racial.

Em nota, a rede Assaí informou que os seguranças foram afastados e que pretende tomar as “providências necessárias”. “Assim que a companhia recebeu a informação do ocorrido na unidade de Limeira, abriu imediatamente um processo interno de apuração e manterá contato com o cliente para ouvi-lo sobre o ocorrido. Enquanto este processo é feito, os envolvidos na abordagem foram afastados dos seus postos de trabalho. A companhia reforça que não adota nem orienta qualquer forma de abordagem constrangedora a clientes e que tomará todas as providências necessárias tão logo a investigação for encerrada. A Cia fica à disposição das autoridades para esclarecimentos.”

Assista:


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