Na pandemia

Ação de solidariedade vai dar auxílio aos mais de 1 milhão de catadores de recicláveis do Brasil

Mais de 1 milhão de trabalhadores recolhem materiais recicláveis no país. Pandemia reduziu renda da categoria em torno de 50%

TVT/Reprodução
TVT/Reprodução
Isolamento social necessário diante da pandemia agravou a situação dos trabalhadores que recolhem recicláveis no Brasil

São Paulo – O Brasil conta com mais de um milhão de homens e mulheres que trabalham recolhendo materiais para reciclagem. Fundamentais, seja numa perspectiva ambiental ou socioeconômica, principalmente nos grandes centros urbanos, os catadores vivem à margem da sociedade, sem direitos. A pandemia e o necessário isolamento social agravaram ainda mais a situação dessa parcela tão importante da população brasileira. A renda da categoria diminuiu em torno de 50% em comparação com o período pré-pandemia do novo coronavírus. No entanto, a solidariedade tem feito a diferença para os catadores.

Defensorias e Ministério Público recomendam proteção a catadores

Nesta terça-feira (15) foi lançada a Ação Solidária aos Catadores do Brasil, uma iniciativa ligada ao Movimento Nacional dos Catadores e das Catadoras de Materiais Recicláveis (MNCR), que contará com a participação dos Comitês Lula Livre em todo o Brasil. O ex-presidente sempre foi um grande parceiro dos catadores. Assim, os grupos formados para a luta pela sua liberdade – e que já mantêm diversas ações de solidariedade a quem mais precisa – agora se somam também na ajuda a esses trabalhadores. Também apoiam a iniciativa a Ancat e a Unicatadores.

Quem também quiser participar dessa ação de solidariedade aos catadores, pela plataforma Benfeitoria pode assinar um plano mensal de auxílio. Basta acessar o site e escolher entre uma das categorias de auxílio para uma assinatura mensal. As faixas de apoio vão de R$ 10 a R$ 100 mensais.

Bateu desespero

Claudete Costa, catadora no Rio de Janeiro e integrante da coordenação nacional do MNCR, conta que o isolamento social complicou ainda mais a vida dos catadores. “Bateu o desespero geral: ‘como vamos sobreviver?’. Decidimos buscar apoio dos parceiros, do poder público e também não-governamental”, afirma. “Fizemos o boca a boca convocando o povo pra poder ser solidário e começamos a ter condição de levar o mínimo, que é o arroz e feijão para muitas famílias.”

Segundo Claudete, o primeiro ciclo da campanha, em 2020, conseguiu atender muita gente que passou a viver com a fome e insegurança alimentar. Mas as novas ondas da covid-19 no Brasil e a retomada de restrições em muitas cidades do país afetam as cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Daí a urgência da nova campanha.

O número de infecção entre catadores de materiais recicláveis parece pequeno em comparação com outros profissionais da limpeza pública. No entanto, é difícil se ter uma dimensão exata pela falta de testagem e notificação. Como os recicláveis possuem alto índice de contágio, os catadores são grupo de risco e é recomendada a suspensão do trabalho de coleta seletiva e a paralisação dos serviços prestados pelas associações, cooperativas e catadores autônomos. Uma parte da categoria ficou até 7 meses paralisada no ano de 2020.


Com informações do Comitê Lula Livre