RACISMO

Policial que matou George Floyd é condenado a 22 anos e meio de prisão

Derek Chauvin foi sentenciado pelo estado de Minnesota após ser condenado por um juri por assassinato não-intencional em segundo grau, assassinato em terceiro grau e homicídio culposo

F. Muhammad / pixabay
F. Muhammad / pixabay
Morte de George Floyd foi estopim para série de manifestações nos EUA

São Paulo – O ex-policial Derek Chauvin foi sentenciado a 22 anos e seis meses de prisão de acordo com anúncio feito nesta sexta-feira (25), em Minnesota, nos Estados Unidos. Ele matou George Floyd asfixiado, travando a respiração da vítima com o joelho no pescoço, em crime que causou uma explosão de revolta popular por todo país da América do Norte. Em abril, Chauvin foi condenado por três acusações: assassinato não-intencional em segundo grau, assassinato em terceiro grau e homicídio culposo.

“A sentença não é baseada em emoção ou na opinião pública. Mas quero destacar a dor que a família de Floyd está sentindo”, declarou o juiz Peter Cahill ao proferir a sentença. O procurador-geral assistente de Minnesota, Matthew Frank, voltou a destacar que o ex-policial usou força desproporcional contra um homem que repetia “não posso respirar”. Também lembrou que a cena foi em frente de crianças e jovens de 9 a 17 anos. Pouco antes da leitura da pena, Chauvin ofereceu pêsames à família de Floyd. “Quero dar minhas condolências à família Floyd”. Outros três ex-colegas dele serão julgados em março de 2022 sob a acusação de cumplicidade em assassinato.

Brutalidade policial

George Floyd morreu em maio do ano passado, no meio da rua, em Mineápolis, após ser abordado por policiais sob suspeita de tentar usar uma nota falta de US$ 20. Ficou com o pescoço pressionado pelo joelho de Derek Chauvin por 9 minutos e 29 segundos. Floyd, de 46 anos, era negro e o crime gerou revolta por todos os Estados Unidos em um movimento que ficou conhecido como o Black Lives Matter. Lojas foram incendiadas, monumentos derrubados e ocorreram passeatas gigantes durante semanas em diversas localidades não só dos Estados Unidos, como também pelo mundo. Houve, inclusive, suspensão de jogos das grandes ligas dos esportes daquele país, como basquete, beisebol, futebol, dentre outras.

“A sentença dada hoje ao oficial de polícia de Minneapolis que matou o meu irmão George Floyd mostra que assuntos de brutalidade policial estão, finalmente, sendo levados a sério”, disse, segundo a CNN Brasil, a irmã de Floyd, Bridgett. “Assuntos de brutalidade policial estão finalmente sendo levados a sério. Entretanto, ainda temos um longo caminho e muitas mudanças a serem feitas antes que pessoas negras e pardas sintam que são tratadas de maneira justa e humana pela polícia deste país.”

Fascismo

Um dia antes da leitura da sentença, o nome de um grupo de extrema direita foi pichado na quinta-feira (24) em uma estátua em homenagem a George Floyd em Nova York, nos Estados Unidos. A estátua, que havia sido inaugurada no sábado (19), amanheceu coberto de tinta preta e o nome do grupo. Horas antes, outra estátua de Floyd também apareceu coberta de tinta com a mesma inscrição, mas em frente à prefeitura de Newark (Nova Jersey). O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, chamou os autores de covardes e prometeu levá-los à Justiça. “Vou ser absolutamente claro com o grupo neonazista que fez isso: saia do nosso estado”, afirmou o governador de Nova York, Andrew Cuomo.


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