Solidariedade

Movimento por moradia faz campanha para manter doações a quem está sem casa e com fome

Com a persistência da pandemia, a UMM de São Paulo busca apoio financeiro para aquisição de cestas básicas e kits de limpeza

UMM-SP/Reprodução
UMM-SP/Reprodução
Meta é arrecadar R$ 10 mil, até 21 de maio, para garantir a aquisição de cestas básicas e kits de limpeza para 10 localidades

São Paulo – A União de Movimentos por Moradia de São Paulo (UMM-SP) vem enfrentando dificuldades para continuar o trabalho de solidariedade a mais de 100 famílias que, mensalmente, em meio à pandemia, sobrevivem com as doações de cestas básicas e kits de higiene entregues pela organização. Apesar da persistência da crise sanitária e econômica, as arrecadações são cada vez mais escassas. 

A saída encontrada pela UMM-SP foi lançar uma campanha de financiamento coletivo no site da Benfeitoria. A meta é arrecadar R$ 10 mil, até 21 de maio, para garantir a aquisição de cestas básicas e kits para 10 localidades em regiões com ocupação urbanas, cortiços, favelas e mutirões autogestionários. De acordo com o movimento, são identificadas as famílias mais vulneráveis nesses locais para que as doações cheguem a quem mais precisa. 

Em 2020, aproximadamente 100 mil cestas e kits foram distribuídos. Até agora, contudo, a UMM conseguiu pouco mais de 50% da meta. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a coordenadora da União dos Movimentos por Moradia, Graça Xavier, diz que o problema da falta de doações se agravou quando a prefeitura de São Paulo encerrou a parceria com o movimento. 

Fome na pandemia

“Nossas lideranças, que atuam em todas as regiões de São Paulo, estão em um intenso trabalho junto à população mais vulnerável e, a partir disso, têm realizado ações de orientação social, disseminação de informações e distribuição de alimentos, a fim de diminuir os efeitos econômico-sociais da propagação da Covid-19 e também com isso dar suporte para que o isolamento físico de fato aconteça”, destaca a UMM. 

Em paralelo ao trabalho para garantir alimentação digna, a organização segue cobrando do poder público garantias de saúde e moradia de qualidade à população. Pesquisa divulgada na última terça (30) pelo Instituto Locomotiva, em parceria com a Central Única de Favelas (Cufa), mostrou que as doações foram fundamentais para atenuar os efeitos da pandemia. 

Ao menos, 82% das famílias moradoras de 76 comunidades consultados relataram que não conseguiriam se alimentar diariamente sem ajuda das doações. A pesquisa ouviu 2.087 pessoas, em fevereiro, e identificou ainda que as pessoas já fazem menos de duas refeições por dia. Além disso, 90% delas disseram ter recebido ajuda em algum momento da pandemia.


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