Justiça

Rivais dentro de campo, Boca e River se unem contra a ditadura e pelo direito à memória

Clubes argentinos convocam familiares de sócios que desapareceram durante a ditadura, para contar suas histórias de vida

Reprodução/Montagem RBA
Reprodução/Montagem RBA
Ultrarrivais atendem a chamado do governo em iniciativa por memória e justiça

São Paulo – Protagonistas daquela que talvez seja a maior rivalidade futebolística mundial, Boca Juniors e River Plate se uniram em homenagem às vítimas da última ditadura civil-militar argentina (1976-1983). Os clubes decidiram apoiar uma iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos, no chamado “mês da memória”, quando se lembra a deflagração do golpe, convocando familiares de vítimas de desaparecimentos forçados que eram sócias das agremiações.

Assim, Boca e River fizeram uma convocação em suas redes sociais para as pessoas que têm informação sobre desaparecidos. O objetivo é “conhecer suas histórias de vida”, além de as famílias poderem “reivindicar sua condição de sócios”.

Punição e reparação

“A Secretaria de Direitos Humanos celebra esta iniciativa, porque reflete o compromisso de ambos os clubes com as políticas de Memória, Verdade e Justiça, contribui com a reparação das vítimas e seus familiares e com a visibilização do tema perante o conjunto da sociedade”, diz o órgão do governo, em nota.

Diferente do Brasil, sucessivos governos argentinos tiveram atitudes incisivas em relação à punição dos responsáveis pelos crimes cometidos durante a ditadura. Mesmo durante a Copa de 1978, realizada no país vizinho já em pleno regime autoritário, torcedores encontraram uma maneira de protestar. E o presidente naquele período, general Jorge Rafael Videla, por exemplo, morreu na prisão.


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