sem aumento

São Paulo mantém tarifa de ônibus em R$ 4,40. Conselho critica redução da frota

Prefeitura anuncia que não haverá aumento na tarifa de ônibus na capital paulista. Conselho, porém, cobra plano para melhorar eficiência e desonerar usuário

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Outro tema de grande crítica sobre o tema dos transportes em São Paulo foi o fim da gratuidade para idosos entre 60 e 65 anos

São Paulo – A prefeitura de São Paulo decidiu pela manutenção da tarifa de ônibus na capital em R$ 4,40. Em reunião do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito, realizada nesta terça-feira (29), foi anunciado que não existe previsão de reajuste no custo da passagem. Integrantes do conselho, porém, criticaram a ausência de planos da administração visando à melhoria do transporte público e a redução do custo repassado aos passageiros. A retirada de ônibus de circulação – com a consequente lotação em um período que exigiu maior distanciamento social – também foi questionada. Assim como a retirada do passe livre para idosos entre 60 e 65 anos.

Para o conselheiro Rafael Calabria, que representa o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), é preciso estudar formas de custeio do sistema de transportes, sem impacto para o passageiro. “Não chega a ser um avanço, mas é a manutenção. Precisamos debater recursos urbanísticos, tributar carros de aplicativos, recursos da zona azul, do IPVA municipal. Enfim, precisamos pensar em formas de não cobrar do usuário”, disse.

Calabria também fez uma defesa do retorno da gratuidade nos transportes para idosos de 60 anos a até 64 anos e 11 meses. A gratuidade foi revogada às pressas neste mês, após vigorar desde 2013. Foram apenas oito dias entre a proposta do Executivo e a aprovação na Câmara dos Vereadores.

O professor de engenharia da Escola Politécnica da USP, Mauro Zibovicius, também se queixou do fim da gratuidade. “O fim da gratuidade para pessoas de 60 a 65 anos foi aprovado pela Câmara, mas provocado pelo Executivo. Pelas minhas contas, a partir de dados do IBGE, vocês conseguirão um aumento de 3% do subsídio do tesouro municipal (…) Quais os estudos para uma aprovação de uma matéria dessa em oito dias? Da onde tiraram isso?”, criticou.

Qualidade dos transportes

A prefeitura argumenta que existe uma queda na arrecadação em razão da pandemia de covid-19. A disponibilidade de ônibus e a qualidade dos serviços foram alvo de críticas de muitos conselheiros. “Somos seres humanos, não caixas. As coisas não estão boas. Vocês falam de gastos. Mas não oferecem um serviço digno”, disse Sandra Ramalho, que é cadeirante.

Calabria também endossou a crítica. “Estamos debatendo fontes de receitas para garantir a tarifa baixa com qualidade do transporte.” Os conselheiros se queixaram, entre outros problemas, de ônibus lotados e da redução da frota em ano de pandemia.

A secretária municipal de Transportes, Elizabete França, apresentou dados para defender a redução temporária na frota, ocorrida especialmente no meio do ano. E disse, de forma mais vaga, que as equipes técnicas “estão trabalhando com o remanejamento em horários de pico para melhorar o serviço”.

Sobre a redução na frota, Elizabete afirmou que “A queda na demanda fez cair muito as receitas. É um problema. Diariamente é publicado o número de passageiros e de ônibus à disposição. A frota nunca circula 100% por motivos técnicos. Tivemos uma redução de 52% dos usuários a partir de agosto, e estávamos com 66% da frota. Essa proporção foi sendo mantida. Em outubro, novembro e dezembro aumentou para mais de 60% a demanda. E estamos com 88,36% da frota.”