Violência no campo

Comissão de Direitos Humanos da OEA vai ouvir MST sobre violações

Entre as violações que serão relatadas está o despejo de acampamento em Minas Gerais em meio à pandemia

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Famílias do Quilombo Campo Grande mobilizadas contra o despejo, em 19 de agosto

São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) será ouvido nesta quarta-feira (9) pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA). A violência no campo patrocinada pelo governo Bolsonaro e a paralisação da reforma agrária no país serão relatadas ao presidente da comissão, o mexicano Joel Hernandez. Haverá transmissão ao vivo pelas redes sociais da CIDH a partir das 11h.

O despejo de agricultores do Acampamento Quilombo Campo Grande, em Minas Gerais, em agosto, durante a pandemia, é uma das violações que o MST deverá relatar no âmbito das Audiências Temáticas – sessões específicas da CIDH para tratar de assuntos com organizações diretamente envolvidas. No dia 19 de agosto, o despejo foi concluído pela Polícia Militar após 56 horas de resistência sustentada por numerosas manifestações de apoio e solidariedade de diversas partes do Brasil e do mundo. Foram demolidas casas de 14 famílias camponesas, lavouras e a Escola Popular Eduardo Galeano.

Visibilidade

O movimento quer que o órgão dê visibilidade a esta e outras violações e que recomende ao Estado brasileiro medidas de proteção à população camponesa. De todas as solicitações apresentadas à OEA por organizações brasileiras, a do MST foi a única acolhida. Representam o Movimento na audiência dirigentes nacionais, como João Pedro Stédile, e Ayala Ferreira, do setor de direitos humanos do MST.

O MST convidou para participar da audiência o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo; o presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Renan Soto Maior; o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel; e o advogado Marcelo Azambuja, que atua perante cortes internacionais de direitos humanos. A audiência contará com a presença de outros três comissários internacionais e representantes do Estado brasileiro, que devem responder aos questionamentos.


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