Diversidade

‘Preparando tambores’ para 2022, bancada LGBT nas cidades triplica

Levantamento aponta eleitos quase 50 representantes da diversidade de gênero, além de suplentes e aliados. “Nossa luta não pode jamais ser interrompida”

Lucas Ávila/Divulgação
Lucas Ávila/Divulgação
Primeira trans eleita para a Câmara de BH, Duda Salabert quebrou o recorde de votação

São Paulo – No balanço do processo eleitoral, a comunidade LGBT está celebrando os resultados vindos dos municípios. De acordo com a Aliança Nacional LGBTI+, são 48 candidatos eleitos, com um total de 450.854 votos recebidos. Além de 94 suplentes, 16 aliados declarados da causa também eleitos, com mais 42 suplentes. “Já é o triplo de 2016”, destaca o presidente da Aliança, Toni Reis.

“Colocamos 94 suplentes, muito bem votados. Temos prefeito em Mariluz (Paulinho Alves), do PSL, católico, favorável aos direitos humanos, o presidente da Câmara também (Marquinhos da Eletromóveis, PTB)…”, diz Toni, citando cidade do Paraná. “Realmente, a comunidade LGBTI+ é um destaque nas eleições. E preparando os tambores para 2022, porque é no Congresso Nacional que nós vamos estar organizados.”

De acordo com o levantamento, o Psol concentra 25% dos eleitos. Depois vêm o PT (22,7%) e o PDT (2,3%). Mas o espectro partidário é diversificado. E abrange, inclusive, políticos que não costumam abraçar a causa, mesmo pertencendo ao grupo, como Fernando Holiday (Patriota), reeleito vereador em São Paulo.

Contra o retrocesso

“Os dados reforçam que nossa luta não pode jamais ser interrompida, e somente assim é possível superarmos juntos toda e qualquer tentativa de retrocesso que possa tentar se instalar”, afirma a Aliança.

Os representantes do movimento LGBTi citam anda os exemplos de Erika Hilton (Psol) e Thammy Miranda (PL), também em São Paulo – os primeiros trans na Câmara paulistana. E a eleição de Monica Benício (Psol), viúva de Marielle Franco, e Tainá de Paula (PT), ambas no Rio de Janeiro.

Em Belo Horizonte, a professora Duda Salabert (PDT) tornou-se a primeira vereadora trans da capital mineira. Além disso, quebrou o recorde de votos recebidos naquele município: 37.613. Em entrevista ao Estado de Minas, ela afirmou que BH “deu uma resposta” à atual legislatura. “Havia debates de pouca relevância social, materializados num projeto inconstitucional, e que provoca a histeria, chamado ‘escola sem partido’, e que em nada melhora a vida dos belo-horizontinos.”

Em Aracaju, Linda Brasil (Psol) será a primeira mulher trans a ocupar cargo político no estado. Ela foi eleita vereadora com 5.773 votos.


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