Saúde e igualdade

Ato reúne ativistas em defesa do SUS e por justiça para João Alberto

Manifestantes defendem também a saída de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão da Presidência da República

Gabriela Trajano
Gabriela Trajano
Para manifestantes, governo de Jair Bolsonaro tem contribuído para aumento do crime de racismo

São Paulo – A defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e a reivindicação de justiça para João Alberto Silveira Freitas, assassinado no Carrefour de Porto Alegre na véspera do dia da Consciência Negra e pelo #ForaBolsonaro reuniram manifestantes na rodoviária de Brasília nesta sexta-feira (27).

Os manifestantes, que partiram em caminhada da Praça Zumbi dos Palmares, chamaram a atenção da população para a importância do SUS, que tem se mostrado imprescindível em meio à pandemia da covid-19. A doença já matou mais de 172 mil pessoas no Brasil. Apesar da grave situação, o governo do presidente Jair Bolsonaro ameaça o sistema público com projetos que abrem caminho para a sua privatização.

“E é por isso que estamos nas ruas, chamando a atenção para a tentativa de desmantelamento do maior sistema de saúde pública do mundo”, disse o médico, Carlos Saraiva.

Não ao racismo

Ao reivindicar justiça para João Alberto, os ativistas chamaram atenção para o racismo estrutural no Brasil, que tem sido reforçado pelos atos e discursos do atual presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo. Reiteradamente, Camargo faz declarações contrárias às causas do movimento negro brasileiro.

Segundo dados do Atlas da Violência, o assassinato de negros cresceu mais de 11% nos últimos dez anos. Das mortes, mais de 80% são identificadas por causas racistas. Os outros 20% são oriundos de desigualdade socioeconômica.

Fora Bolsonaro e Mourão

“Sabemos que atitudes racistas e tentativas de destruir os serviços públicos fazem parte do projeto do governo genocida Bolsonaro-Mourão. É dessa forma que os ocupantes do Planalto enxergam nosso país: sem nenhum tipo de análise histórica ou reconhecimento da identidade do povo brasileiro. Por isso e por muito mais, em todos os atos políticos que realizamos, exigimos a cassação da chapa do atual governo do Brasil”, afirmou Leda Gonçalves, uma das organizadoras da manifestação.

O Distrito Federal assiste ao aumento do ativismo político. Pelo menos uma vez por mês militantes de partidos de esquerda e de movimentos sociais vão às ruas e praças contra o governo de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão, cujas políticas atentam contra direitos e as instituições nacionais.