Legado

‘Todas as conquistas são resultado de muita luta’, diz filha de Santo Dias

No dia que a morte de Santo Dias completou 41 anos, a filha Luciana Dias da Silva destacou a memória do líder operário e os desafios nos tempos atuais

Ariovaldo dos Santos/CPDocJB/Memorial da Democracia
Ariovaldo dos Santos/CPDocJB/Memorial da Democracia
Assassinato de Santo Dias, em 1979, durante piquete, marcou história da categoria

São Paulo – Aos 41 anos da morte do líder operário Santo Dias, em 30 de outubro de 1979, sua filha, a pedagoga Luciana Dias da Silva, destaca a importância das mobilizações no país em defesa da Constituição e da democracia. Juntamente com a jornalista Jô Azevedo e a fotógrafa Nair Benedicto, ela é autora do livro Santo Dias – Quando o Passado se Transforma em História (Fundação Perseu Abramo/Expressão Popular), relançado no ano passado, quando o assassinato completou quatro décadas.

Em entrevista ao Jornal Brasil Atual, nesta sexta-feira (30), a filha de Santo Dias destacou que “a história não para”. E que é preciso resistir aos constantes ataques promovidos pelo atual governo aos direitos sociais e políticos duramente conquistados.

“A gente não pode deixar de ressaltar, a todo momento, que temos que lutar para que os direitos constitucionais sejam preservados. E ainda temos muitas lutas pela frente”, afirmou.

Assim como conta no livro, ela relatou a luta da mãe, Ana Dias, para evitar o desaparecimento do corpo de Santo. Ele foi morto com um tiro à queima roupa, disparado por um policial militar, durante um piquete na fábrica da Sylvania, em Santo Amaro, na zona sul paulistana.Santo Dias era líder da oposição à diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. No ano anterior, havia disputado o comando da entidade com Joaquim dos Santos Andrade, o Joaquinzão.

O PM chegou a ser condenado em primeira instância. Mas, após recurso, o caso foi arquivado pela Justiça Federal. Além disso, Luciana contou que a família sofreu ameaças da parte do filho do policial, que nega que o pai tenha feito o disparo. Contudo, o processo – que consta também no livro – traz detalhes sobre o ocorrido, confirmando sua participação.

Assista à entrevista

Redação: Tiago Pereira – Edição: Helder Lima