Real e necessário

Revista atualiza mapa das delegacias da mulher, presentes em apenas 7% dos municípios do país

Portal feminista AzMina faz “trabalho gigantesco e recompensador”, em mais uma linha de combate a todos os tipos de violência contra as mulheres brasileiras

CC.0 Creative Commons
CC.0 Creative Commons

São Paulo – A revista feminista independente AzMina acaba de lançar uma versão atualizada e “real” do Mapa das Delegacias da Mulher com informações detalhadas das unidades de todos os 26 estados brasileiros, mais o Distrito Federal. O projeto é resultado de três meses de um intenso trabalho de checagem dos dados enviados por solicitação da reportagem ao poder público de cada estado.

A ideia surgiu em maio deste ano, depois que a revista recebeu uma denúncia de que uma vítima de violência havia encontrado fechada a delegacia da mulher em que foi registrar queixa contra o agressor e buscar o devido acolhimento.

Jornalistas de AzMina suspeitaram que aquele caso poderia indicar que, na realidade, as portas da rede de atendimento às mulheres vítimas dos vários tipos de violência de gênero poderiam estar, em sua grande maioria, inacessíveis a quem as procura.

“A gente acolheu (aquela vítima) e deu informações sobre as alternativas de atendimento, mas isso não era suficiente. Quantas outras mulheres estavam vivendo isso? Quantas outras delegacias estavam fechadas na pandemia? Quantas delegacias da mulher existem no Brasil e onde estão as informações (endereço, telefone, horário de atendimento) sobre elas?”, relatam.

Leia também: Efeito pandemia: índice de feminicídio aumenta em 2020, e mulheres negras são as principais vítimas

A partir daí, mesmo em meio à pandemia de covid-19, a reportagem requisitou às secretarias de Segurança Pública do país que informassem os dados das suas respectivas delegacias da mulher. Com as informações recebidas, passou a checar uma a uma se realmente existiam, confirmou endereços, telefones e colheu outras informações importantes, como horário de atendimento e como estavam prestando serviços na pandemia de covid-19.

Denúncia e serviço

Segundo informa a revista, desse trabalho de apuração resultaram duas coisas: primeiro, uma denúncia, já que o levantamento mostrou que apenas 7% das cidades do Brasil têm delegacias especializadas em atender mulheres. Além disso, grande parte destas delegacias sequer atende o telefone e 6% das unidades informadas pelos governos nem eram “da mulher”.

Com o Mapa, AzMina também presta um serviço literalmente vital. “Organizamos todas essas informações no Mapa das Delegacias da Mulher disponível no site d’AzMina, para serem consultadas sempre que se precisar”, anunciam as repórteres responsáveis pela tarefa, Rayane Moura e Gabi Coelho.

“Foi um trabalho gigantesco e muito recompensador porque entrega justamente a missão d’AzMina: combater todos os tipos de violência que atingem as mulheres brasileiras”, afirmam.

O mapa pode ainda ser acessado por um QR Code, que pode ser impresso (aqui) e colado em elevadores, escritórios, postes, locais públicos e em qualquer lugar em que seja visível “para que toda mulher saiba onde buscar ajuda”, em caso de violência.

Acesse aqui o Mapa das Delegacias da Mulher elaborado por AzMina.

Pelo portal AZMina, mulheres vítimas de violência encontram o caminho seguro e rápido para o atendimento (Reprodução)


Leia também


Últimas notícias