Dilma cobra apuração sobre assassinato de líder sem-terra no Paraná
Integrante da direção estadual do movimento, Ênio Pasqualin foi retirado de casa no sábado. Seu corpo foi encontrado na manhã seguinte
Publicado 26/10/2020 - 16h36
São Paulo – A ex-presidenta Dilma Rousseff somou-se aos que cobram esclarecimentos sobre o assassinato de Ênio Pasqualin, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná. “Foi sequestrado e assassinado neste fim de semana. Justamente por lutar pelo direito do povo à dignidade de arrancar da terra seu sustento e construir um país melhor”, escreveu Dilma em rede social. “As autoridades têm o dever de esclarecer a morte deste bravo guerreiro e de punir os assassinos.”
Casado, com duas filhas e um filho, Ênio completou 48 anos no último dia 15. Segundo o MST, ele foi retirado à força na noite de sábado (24). Seu corpo foi encontrado na manhã do domingo nas proximidades do assentamento onde residia com a família, “com claras evidências de execução”. O Assentamento Ireno Alves dos Santos fica no município de Rio Bonito do Iguaçu, na regi]ão centro-oeste do estado. Ele estava lá desde 1996.
Crime não pode ficar impune
“Tiraram a vida de um pai, de um marido, deixando suas duas filhas, o filho e a esposa com uma dor inexplicável”, afirma o MST, ao repudiar o assassinato. “Ênio Pasqualin sempre foi um camponês aguerrido na luta. Cobramos o esclarecimento dos fatos, a investigação e prisão dos envolvidos.” Militante desde 1996, ele foi coordenador de base e tornou-se dirigente estadual do movimento.
O líder sem-terra também presidiu a Central de Associações Comunitárias do Assentamento Ireno Alves dos Santos (Cacia). Em nota, a direção do PT afirmou que o episódio “não pode se tornar mais um crime impune na escalada de violência contra os movimentos sociais. E contra todos que defendem os interesses do povo brasileiro”.