INOCÊNCIA

Líder sem-teto, Carmen Silva tem nova vitória na Justiça e comemora: ‘Não é só minha, é de todos nós’

Juiz Thiago Baldani Gomes de Filippo lembrou do “reconhecimento nacional e internacional da atuação de Carmen junto a movimentos sociais”

@carmensilvamstc/Twitter
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De acordo com Carmen, foi derrubada a medida cautelar que a proibia de entrar nas ocupações do MTSC ou até sair de São Paulo. "Essa vitória não é só minha, é de todos nós", comemorou nas redes sociais.

São Paulo – A líder do Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC) e candidata a vereadora em São Paulo, Carmen Silva, conquistou mais uma vitória na Justiça, nesta quarta-feira (10). De acordo com ela, foi derrubada a medida cautelar que a proibia de entrar nas ocupações do MTSC ou até sair de São Paulo. “Essa vitória não é só minha, é de todos nós”, comemorou nas redes sociais.

O juiz Thiago Baldani Gomes de Filippo, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), disse em sua decisão considerar “o reconhecimento nacional e internacional da atuação de Carmen junto a movimentos sociais por moradia e a sua absolvição penal em que eram apurados fatos semelhantes aos do presente feito”.

Em 2018, Carmen foi acusada de extorsão contra moradores da ocupação do antigo Hotel Cambridge, em razão da cobrança de contribuições coletivas para manutenção do local, pouco depois do incêndio e desmoronamento do edifício Wilton Paes de Almeida, onde ela nunca atuou.

A líder sem-teto já havia sido absolvida em janeiro de 2019 pelo juiz da 26ª Vara Criminal de São Paulo, Marcos Vieira de Moraes, que concluiu que o Ministério Público não comprovou a acusação de extorsão. No mesmo ano, os desembargadores da 12ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmaram a inocência da líder do MTSC.

Na época, os advogados Ariel de Castro Alves e Lucio França, que fazem a defesa de Carmen Silva, afirmaram que os movimentos atuam para assegurar o direito de moradia, previsto na Constituição Federal e no Estatuto das Cidades, garantindo utilidade aos prédios e propriedades abandonadas por especuladores imobiliários nos centros urbanos. E que as contribuições coletivas dos moradores são essenciais nas ocupações para a manutenção dos locais ocupados, com reformas, limpezas, dedetizações, fiação, hidráulica, contas de luz e água, segurança, colocação de extintores e no planejamento e execução dos projetos habitacionais.