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São Paulo tem ato ecumênico em defesa de padre Júlio Lancelotti

Vigília reúne religiosos, políticos e representantes de movimentos em resposta às ameaças sofridas pelo pároco. Evento ocorre a partir das 18h desta sexta-feira (25)

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"Precisamos mostrar a nossa força, indignação e apoio ao padre Júlio Lancellotti", explica coordenador do Comitê Lula Livre sobre a vigília desta sexta (25)

São Paulo – Ativistas realizam nesta sexta-feira (25), a partir das 18h, um ato ecumênico em defesa do padre Júlio Lancellotti e da população em situação de rua de São Paulo. Organizada pelos comitês Lula Livre, Frente Brasil Popular e Jornalistas Livres, a vigília será em frente à paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca, zona leste da capital paulista. Representantes de diferentes religiões, como o evangélico Pastor Ariovaldo Ramos, estarão no ato que contará também com a presença de lideranças políticas e sociais.

Reconhecido pelo seu trabalho há mais de 30 anos em defesa da população sem-teto, o coordenador da Pastoral do Povo da Rua vem sofrendo uma série de ameaças pelas redes sociais após ser atacado virtualmente por um candidato da extrema direita à prefeitura de São Paulo. Em entrevista nesta semana ao Jornal Brasil Atual, o padre Júlio comentou que já perdeu a conta de quantas vezes foi ameaçado. Segundo ele, os ataques o deixam preocupado, mas seu maior receio é com a segurança dos moradores em situação de rua. 

“Isso atinge, me preocupa por causa da minha família. Quando eu tinha minha mãe, me preocupava por causa dela. Hoje tenho os meus sobrinhos, mas sobretudo a minha preocupação é a segurança dos irmãos de rua. O governo reclama que eu não recebo escolta, que eu não aceito recebê-la. Mas a minha proteção é não maltratar os moradores de rua. Não agredi-los, tirar o rapa”, relatou, à jornalista Marilu Cabañas.

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União e resistência

O ex-deputado, militante dos direitos humanos e coordenador do Comitê Lula Livre, Djalma Bom, defende, contudo, que é preciso dar uma resposta às intimidações feitas ao padre. À repórter Larissa Bohrer, da Rádio Brasil Atual, Djalma destaca que o ato ecumênico desta sexta foi a forma encontrada de demonstrar a importância do pároco junto ao povo de rua e o respeito dos paulistanos por ele. “Precisamos mostrar a nossa força, indignação e apoio ao padre Júlio Lancellotti”, afirma o ativista. 

Essa não é a primeira vez que a população em situação de rua é vista com desprezo por pessoas que acham que elas estão lá porque querem. A primeira dama, Bia Doria, chegou a dizer que não seria correto alimentar moradores em situação de rua. Isso porque “a rua hoje é um atrativo”, sugeriu. Falas como essas, segundo Djalma, agravam o quadro “de que a vida humana não tem valor”, principalmente com o que chama de descaso do governo Bolsonaro com a pandemia. A maior crise sanitária que já fez mais de 140 mil vítimas do novo coronavírus. Para ele, todo esse descaso se reflete nas ameaças contra o líder religioso. 

“Uma prova da opção dos fascistas pela morte é o que está acontecendo aqui em São Paulo, as ameaças ao padre Júlio Lancellotti. Nós precisamos usar todas as trincheiras que temos na defesa da vida, da democracia, e estar sempre atento sobre o que está por trás dessas atitudes fascistas do governo Bolsonaro.”

O início da transmissão do ato está marcado para as 17h30. Os participantes presenciais irão levar e acender velas em pequenos grupos para seguir as exigências da Organização Mundial da Saúde (OMS). As máscaras de proteção serão indispensáveis. Toda a transmissão da vigília poderá ser acompanhada online pelas redes sociais do Jornalistas Livres

Confira a reportagem 

Redação: Clara Assunção. Edição: Glauco Faria


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