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População de rua de São Paulo protesta contra abandono pelo governo Covas

Em dois dias de frio intenso, quatro pessoas morreram na capital. Movimento da população de rua denuncia que o governo Covas não agiu para evitar o pior

Reprodução
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Movimento da população de rua denuncia que o governo Covas não tomou as medidas necessárias

São Paulo – Movimentos em defesa da população em situação de rua protestam nesta segunda-feira (24) contra o abandono pelo governo de Bruno Covas (PSDB). Eles pedem ações efetivas para proteger essa população do frio intenso na capital paulista. No fim de semana foram registradas quatro mortes causadas pelo frio. Três delas ocorreram na praça da Sé, no Centro e uma, no Terminal Rodoviário Tietê, zona norte da cidade. O protesto ocorre às 17h, em frente à sede prefeitura.

“Vamos exigir as vagas de hotéis, agilidade no atendimento à população e o fim dos despejos na pandemia. E basta da ação de zeladoria que está pegando os pertences, tomando cobertor, tomando barraca, deixando o povo de rua sem nada”, afirmou Robson Mendonça, coordenador do Movimento Estadual da População em Situação de Rua.

“Pedimos que a prefeitura organizasse campings, pedimos para que a zeladoria parasse de retirar pertences da população de rua, parasse de desmanchar as barracas, mas nada foi feito. Os campings não devem ser ação de governo, mas poderiam ser uma medida emergencial para o inverno, ali no parque Dom Pedro, por exemplo, para que houvesse alguma organização e a zeladoria não tomasse nossos pertences”, explicou Mendonça.

Segundo ele, o Conselho Municipal de Assistência Social (Comas) chegou a aprovar a proposta que previa a criação de campings para a população de rua, mas a iniciativa não foi efetivada. “Camping é em espaço aberto, isso é feito em vários países, como ação emergencial”, pontua.

“Tememos mais mortes nos próximos dias, porque não está tendo vaga (em albergues) para todo mundo na região central, a demanda está muito alta. As Kombis só podem levar cinco pessoas por vez – por causa da pandemia – e estão indo para longe, Guaianases (zona leste), ou zona sul. Aí demora demais e muita gente não consegue atendimento”, relatou.

Na quinta-feira (20), a prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), afirmou que iria intensificar abordagens à população de rua para realizar encaminhamentos a abrigos em dias com temperatura prevista abaixo de 13°C.

Em caso de recusa em ir ao albergue, a administração se comprometeu a fornecer um kit lanche e cobertor. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), as temperaturas mais baixas na cidade de São Paulo foram registradas por volta da meia-noite desta sexta-feira, média de 8,1°C no município.


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