União pela vida

Encontro de cozinhas: MST e MTSC se unem em ação de solidariedade em São Paulo

Comida saudável e trabalho coletivo entre movimentos sociais resultam em apoio para pessoas em situação de vulnerabilidade

Guilherme Gandolfi / BdF
Guilherme Gandolfi / BdF
Rede de voluntários prepara marmitas na Ocupação 9 de Julho em ação de solidariedade da campanha Lute Como Quem Cuida

Brasil de Fato – Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto do Centro (MTSC) uniram forças em mais uma ação de solidariedade organizada para amenizar a fome de quem enfrenta o frio e a pandemia nas ruas da capital paulista. A ação, realizada no último domingo de julho (26), faz parte da campanha Lute Como Quem Cuida. E contou com a participação de voluntários de diferentes coletivos que passaram o dia preparando refeições na cozinha da Ocupação 9 de julho, em São Paulo. 

Uma delas foi Kátia Lira, que é chef e integra o coletivo Sopão das Manas. Para ela, a importância da ação está além de apoiar aqueles que precisam de alimento, mas fortalece também a rede dos que produzem. “Aqui é um movimento que está sendo apoiado pelo MST. De uma ponta até a outra, temos consciência de trabalhar com orgânico, com agricultores familiares, que também passam por uma crise. É um movimento bonito de um lado até o outro” afirma Lira.

Marmitas solidárias

A campanha de preparação e entrega de marmitas teve início em abril deste ano e distribuiu, desde então, cerca de 300 refeições diariamente. Os alimentos são orgânicos e chegam pela rede de produtores familiares ligados ao MST.

Do Rio Grande do Sul, chegam cerca de 200 quilos de arroz orgânico. Pães e hortaliças vêm de Guararema e acampamentos de outros municípios enviam em média por semana 90 quilos de feijão, 30 quilos de macarrão, 230 quilos de carne, 120 dúzias de ovos e 150 quilos de legumes.

Em São Paulo, a campanha realiza a distribuição em parceria com a Rede Rua e o Prédio dos Imigrantes, que abriga pessoas de outros países em situação de vulnerabilidade.

Sonia Bogato, moradora da ocupação, é voluntária na cozinha todas quintas, sextas e domingos. Para ela essa ação de solidariedade, além de ajudar as pessoas que recebem o alimento, também é benéfica para quem cozinha.

“A gente uniu as forças para dar quentinhas para as pessoas que mais precisam, porque a gente está em casa, muitas vezes sem fazer nada. E nessa pandemia, como o isolamento é muito grande, a gente fica muito triste. Então, a gente juntou forças para todo mundo vir na cozinha com esse projeto lindo”, declara a voluntária. A campanha Lute Como Quem Cuida pode ser apoiada por meio de financiamento coletivo. Mais informações estão disponíveis no site.


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