Violência policial

Polícia entra na Favela do Moinho, fere morador e comunidade se revolta

Viaduto da avenida Rudge, que passa por cima da favela do Moinho, foi fechado por manifestantes em protesto contra a atuação da PM

Reprodução/Facebook Ponte
Reprodução/Facebook Ponte
Segundo a reportagem da Ponte, ao contrário do que foi informado pela polícia e programas sensacionalistas da TV, moradores só jogaram pedras após serem atingidos por bombas

São Paulo – Uma ação da polícia na tarde desta quinta-feira (2), na Favela do Moinho, feriu pelo menos um morador. Informações da reportagem da Ponte Jornalismo, que está no local, dão conta de que o Quinto Canil da Tropa de Choque teria entrado na comunidade numa “operação de rotina em busca de drogas”. Com cachorros, segundo relatos dos moradores, a Polícia Militar invadiu casas. Um morador teria sido jogado do alto de uma casa. Com a mão cortada, foi levado ao hospital e corre risco de perder os movimentos.

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Revoltados com a violência policial, integrantes da comunidade da Favela do Moinho, colocaram fogo em sacos de lixo e fecharam a saída do viaduto Orlando Murgel. O trânsito ficou interrompido no sentido da avenida Rudge em direção à avenida Rio Branco.

Balas e bombas

A polícia usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio, inclusive na direção do repórter da Ponte e de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A reportagem relata que bombas foram jogadas sobre a comunidade, pela PM, do alto do viaduto.

Os advogados da OAB estão no local tentando intermediar uma solução pacífica. Apesar disso, não conseguiram fazer com que os policiais – muitos sem identificação – informassem o nome do comandante da ação.

Sensacionalismo

Segundo a reportagem da Ponte Jornalismo, ao contrário do que foi informado pela polícia e por programas sensacionalistas da TV aberta, os moradores só jogaram pedras nos policiais após serem atingidos pelas bombas.  

No início da noite, o primeiro tenente Farina, da PM, chegou ao local e disse aos advogados da OAB que as tropas estão trabalhando para “acalmar os ânimos” e voltar à normalidade. Farina afirmou não ter mais informações sobre a ação que resultou no ferimento ao morador e na revolta da comunidade.