Novas medidas

Uso de máscaras será obrigatório no transporte público de São Paulo

Taxa de isolamento segue em 48%, abaixo do mínimo recomendado pelos órgãos de saúde

Rovena Rosa/Agência Brasil
Rovena Rosa/Agência Brasil
Passageiros receberão gratuitamente os equipamentos de proteção nas estações e não poderão embarcar sem a máscara

São Paulo – O uso de máscara será obrigatório nos trens, ônibus e metrô de São Paulo a partir do próximo dia 4. O decreto com a determinação será publicado nesta quinta-feira (30) no Diário Oficial do Estado.

De acordo com o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, os usuários que estiverem sem a máscara, não terão acesso ao transporte. A obrigatoriedade do uso de máscara também é válido para táxis e carros de aplicativos. Caso a medida seja desrespeitada, o infrator poderá ser multado, de acordo com Doria.

Na capital paulista, a prefeitura já editou um decreto que recomenda o uso das máscaras em todos os locais públicos da cidade e também nos transportes públicos, mas que não o tornava obrigatório. O governo paulista também já havia feito o mesmo.

Outras medidas

O Brasil registrou 71.886 casos confirmados e 5.017 mortes por coronavírus até terça-feira (28), segundo dados do Ministério da Saúde. Em São Paulo, o número de vítimas em 24 horas também bateu recorde: 224 mortes. O total de óbitos no estado chega a 2.049, com 24.041 casos confirmados do novo coronavírus.

Na próxima sexta-feira (1º), São Paulo inaugura o terceiro hospital de campanha, no Ibirapuera. O local contará com 268 leitos e complementa o trabalho dos hospitais de campanha do Pacaembu e Anhembi.

O governo de São Paulo também anunciou a compra de 3 mil respiradores para o sistema público do estado. A secretaria de Saúde prevê a entrega de 500 unidades já nesta semana. Os aparelhos são enviados pela China, comprados por R$ 550 milhões.

Isolamento baixo

A taxa de isolamento de todo estado e também capital paulista, nesta terça-feira (28), foi de 48%. O número segue abaixo da taxa mínima recomendada pelas entidades de saúde. “Fiquem em casa. Precisamos elevar os 48% para 60%. Senão o número de casos vai crescer numa muito velocidade maior”, declarou José Henrique Germann, secretário estadual de Saúde.

O número de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em todo o estado é de 1.786 pacientes, ou seja, 68% dos leitos públicos estão ocupados. Só na Grande São Paulo, 85% das UTIs da rede estão ocupadas.

Durante a coletiva, o prefeito Bruno Covas afirmou que há negociações para a utilização de leitos privados por meio de um convênio com a prefeitura. “Negociamos com dois hospitais privados para um convênio, mas se for o caso, vamos requisitar os leitos daqueles que não querem negociar conosco”, afirmou.

Dispersão em cidades

A pandemia do novo coronavírus está se espalhando pelo interior do estado de São Paulo. De acordo com o alerta do Centro de Contingência do Coronavírus, polos regionais, como Campinas, Bauru e São José do Rio Preto, apresentam risco de disseminação do vírus até cinco vezes maior.

A pesquisa feita pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) aponta ainda que a rota de disseminação do vírus se concentra ao redor da capital e se dissemina pelas principais rodovias que cortam o interior.

Além da densidade populacional, o estudo observou a distância como outro fator importante de dispersão da COVID-19. “O risco imediato, como é a condição de vigilância neste momento, é 25% menor a cada 100 quilômetros de distância da capital”, ressaltou o professor Carlos Magno Fortaleza, coordenador do estudo.


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