Questão central

Comitês populares se organizam para enfrentar coronavírus na periferia de São Paulo

Moradores recolhem doações e organizam campanha de conscientizaçãopara conter ao máximo a propagação da Covid-19. Lideranças comunitárias afirmam que políticas públicas ainda são insuficientes e não chegam aos bairros pobres

Rovena Rosa/EBC
Rovena Rosa/EBC
Periferias apresentam riscos específicos e ações dos governos não respondem a esses desafios. Assim, as mortes crescem

São Paulo – Moradores das regiões periféricas da cidade de São Paulo estão desenvolvendo estratégias para brecar a contaminação pelo novo coronavírus nas comunidades. Já são 722 casos, apenas na capital, de acordo com último balanço do Ministério da Saúde, divulgado nesta quarta-feira (25), com 48 mortes em todo o estado. 

Ainda assim, a população dos extremos e das regiões com menos recursos da cidade, se queixam que as políticas públicas para o enfrentamento da pandemia são insuficientes e restritas às áreas nobres e centrais, deixando aqueles que mais precisam ainda mais vulneráveis. Foi pensando nisso que a organizações de moradores estão sendo formadas para ampliar a informação e promover a conscientização da população desses territórios, como conta o morador da comunidade Monte Azul, no Jardim São Luiz, zona sul da cidade, à repórter Lu Sudré, do Brasil de Fato em matéria na manhã desta quinta-feira (25) na Rádio Brasil Atual

“As maiores vítimas dessa pandemia vão ser os mais pobres. As pessoas que têm pouco ou quase nenhuma informação efetiva. E aí achamos que seria legal tentar prestar apoio às famílias mais vulneráveis, como pessoas com doenças crônicas e idosos, e também às famílias carentes”, explica Silva, mais conhecido como Preto Claudinho, sobre a criação do Comitê Popular de Enfrentamento a Covid-19 – Jardim São Luiz, que conta com diversos voluntários espalhados pelo distrito. 

Na favela de Paraisópolis, na zona sul da capital, os moradores também organizaram um comitê popular. Estima-se que mais de 100 mil pessoas morem na região, que ainda é marcada por problemas estruturais e de saneamento básico. Diante desse panorama e da crise, lideranças comunitárias destacam a solidariedade como a principal fonte de fomento para as articulações e dedicação dos integrantes dos comitês. 

“Quem tem um pouquinho mais vai ter que ajudar quem não tem nada. Essa crise é uma crise para vencermos abraçados. Vamos ter que se juntar, todo mundo dar as mãos e superá-la”, destaca o presidente da União de Moradores e Comerciantes de Paraisópolis,  Gilson Rodrigues.

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