Luta e resistência

No Rio, mães se mobilizam para manter viva a memória de filhos mortos pelo Estado

Para valorizar a luta de diversas mulheres negras por justiça e reconhecimento de seus familiares, 25 mães de todo o país são retratadas no anuário do Movimento Moleque

TVT/Reprodução
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"O calendário acaba fazendo um apanhado, uma soma de todas essas violações, desgraças e de todo esse racismo, porque essa é a faca que esse governo e esse país tem sobre nós desde sempre", explica fundadora do Movimento Moleque

São Paulo – Para marcar o reconhecimento e a valorização da luta por justiça das mães que tiveram seus filhos assassinados em ações policiais ou que tenham suas mortes aguardando responsabilização pelo poder público, o Movimento Moleque criou um calendário em que as mulheres – todas negras – são retratadas. Ao todo, 25 mães, de diversas partes do país, são homenageadas no anuário, entre elas, Vanessa Sales, que viu a filha Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, ser morta pela Polícia Militar do Rio de Janeiro quando voltava para casa, em setembro do ano passado.  Dona Marinete Silva, mãe da vereadora pelo Psol Marielle Franco, também é lembrada.

Nesta semana, em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, no domingo (08), a busca por justiça, reparação e preservação da memória de seus familiares ganha ainda mais força. Mônica Cunha, fundadora do Movimento Moleque, frente que atua no Rio em defesa dos direitos humanos e dos direitos dos adolescentes e seus familiares, destaca que as retratadas e as que lutam contra o genocídio e o encarceramento de jovens negros, antes de serem mães são também mulheres negras, que fazem do luto um verbo.

“O calendário acaba fazendo um apanhado, uma soma de todas essas violações, desgraças e de todo esse racismo, porque essa é a faca que esse governo e esse país tem sobre nós desde sempre”, explica Mônica em entrevista ao Seu Jornal, da TVT. “A gente faz do nosso luto um verbo e do punho cerrado uma missão”.

Os interessados em adquirir um calendário deve entrar em contato pela página no Facebook do Movimento Moleque.

Confira a reportagem na íntegra


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