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Mulheres unidas em marcha na capital federal por direitos e contra Bolsonaro

Atos começam a tomar as ruas do Brasil. O Dia das Mulheres, em Brasília, ganha massa com o “Encontro Nacional das Mulheres sem Terra”

Vanessa Nicolav
Vanessa Nicolav
Contra a violência diária e o machismo, mulheres deixam seu recado em Brasília

São Paulo – As ruas de todo o país começam a ser tomadas por mulheres na luta por direitos negados historicamente. Direitos básicos, como a própria vida. A cada duas horas, uma mulher é assassinada no Brasil, totalizando quase 5 mil mortes por ano, frutos do feminicídio.

Na capital federal, os atos começaram cedo. A marcha unificada das mulheres ganhou força com o Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, evento que se realiza até amanhã (9) com o tema “Mulheres em Luta Semeando a Resistência”.

Ao lado de muitas trabalhadoras do campo e da cidade, lideranças políticas também participam das mobilizações. Entre elas, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), além de outras parlamentares de partidos de oposição ao governo de extrema-direita do presidente, Jair Bolsonaro (sem partido).

“Temos que buscar as forças de todos os movimentos sociais, e aí a mulher tem um papel fundamental, principalmente com a luta feminista”, disse Dilma.

Já deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) lembrou que uma das faces do dia é a resistência contra o bolsonarismo: “Vamos ocupar as ruas do Brasil com força. Nosso recado nas ruas será pela nossa vida, nossos corpos, contra o machismo! E chegou a hora de fortalecer o coro por basta de Bolsonaro! Somos resistência”.

Encontro de mulheres do MST em Brasília – Foto: Vanessa Nicolav

Posição da ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, publicou um “chamado” em defesa da igualdade de gênero em todo o mundo. Em vídeo para marcar a data, Guterres afirma que “a igualdade de gênero é, fundamentalmente, uma questão de poder. Transformar as relações de poder é essencial”.

Para Guterres, a questão da igualdade não é importante “somente como uma questão de direitos humanos, desenvolvimento pessoal, saúde e bem estar. Mas também uma questão crítica para resolver alguns dos problemas mais danosos do nosso tempo. Desde ridicularizar mulheres como histéricas ou ‘hormonais’, até o julgamento sobre a aparência”.