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MST suspende festa da colheita do arroz agroecológico

Evento, que contaria com a presença de Lula, estava previsto para esta sexta-feira (20), em Nova Santa Rita (RS). Colheita teve início em fevereiro

MST/RS
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Produzido em 14 assentamentos, arroz chega a 600 escolas públicas, hospitais, universidades, institutos federais, Forças Armadas e Exército Brasileiro. É exportada para pelo menos seis países, inclusive europeus

São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) suspendeu a 17ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico. O evento, que contaria com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estava agendada para esta sexta-feira (20), no Assentamento Capela, em Nova Santa Rita, região metropolitana de Porto Alegre.

De acordo com a coordenação do MST no Rio Grande do Sul, o motivo é o aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus no estado e no Brasil. “Tomamos essa decisão porque somos um movimento que acima de tudo preza pela vida. Neste sentido, nos solidarizamos com as pessoas acometidas pelo vírus e desejamos melhoras”, diz o MST, em nota.

A festa foi suspensa, mas a colheita, iniciada em fevereiro, segue normalmente, segundo a assessoria de imprensa. Até porque uma alimentação saudável, livre de agrotóxicos, torna o organismo mais resistente a infecções.

Iniciada há 20 anos, a produção colocou o MST na liderança do ranking dos produtores de arroz orgânico da América Latina, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

A estimativa de colheita para a safra 2019/2020 é de mais de 300 mil sacas –cerca de 15 mil toneladas –, produzidos em uma área total de 3.215 hectares. O cultivo é feito por 364 famílias. Toda a produção é certificada.

Oito cooperativas e 14 assentamentos situados nos municípios de Manoel Viana, Santa Margarida do Sul, Canguçu, Eldorado do Sul, Guaíba, Nova Santa Rita, Charqueadas, São Jerônimo, Tapes, Viamão e Camaquã.

A produção é adquirida por mais de 100 prefeituras, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e por organizações beneficentes, pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), contemplando famílias em situação de vulnerabilidade social por meio da distribuição de cestas básicas.

Escolas da rede pública e diversas organizações no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Goiás, Pernambuco e Alagoas. Só no Rio Grande do Sul, o arroz orgânico está na merenda de estudantes de mais de 600 escolas estaduais. Estima-se ainda que milhares de famílias carentes já tiveram acesso ao alimento no país.

A produção dos assentados está também na alimentação servida em hospitais, universidades, institutos federais e nas Forças Armadas, além de ser exportada para a Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Uruguai, Chile, Venezuela e outros países da União Europeia.


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