MST reocupa fazenda improdutiva na Bahia que era usada pelo tráfico

Poder judiciário não determinou a desapropriação da área como a lei determina e ainda mandou desalojar os sem-terra do local há três anos

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Sem terra reocuparam fazenda improdutiva que era objeto de exploração do tráfico de drogas

São Paulo – Na última quarta-feira (26), cerca de 60 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reocuparam a Fazenda Queimadas de Itiano, no município de Cafarnaum, na Bahia. Em 2011 foram apreendidas cinco toneladas de maconha ensacada no local, além de terem sido descobertos e incinerados outros 10 mil pés de maconha em três fazendas próximas. Vinte pessoas trabalhavam no plantio e colheita na fazenda.

Logo após ter sido fechada pela polícia, a Fazenda Queimadas de Itiano foi ocupada por centenas de famílias sem-terra, com o objetivo de pressionar o poder público a desapropriar o local e destiná-lo à reforma agrária. No entanto, o processo não ocorreu e, seis anos depois, o poder judiciário aceitou um pedido de reintegração de posse contra as famílias ligadas ao MST.

O despejo ocorreu pouco mais de três anos, mas a fazenda continua sendo um latifúndio improdutivo. Segundo a Constituição Federal, as propriedades rurais e urbanas de qualquer região do país onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo devem ser expropriadas e destinadas à reforma agrária e aos programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Abraão Brito, dirigente regional do MST, explicou que o objetivo agora é pressionar pela desapropriação e, ao mesmo tempo, produzir alimentos no terreno da fazenda e trazer de volta os sonhos de várias famílias. “A terra é a esperança de um futuro digno e uma vida livre, quando ocupamos estamos dizendo ao povo que a esperança permanece viva, e que não é proibido sonhar. A terra é a liberdade desse sistema opressor que só quer afundar cada vez mais a classe trabalhadora, ao contrário a terra, mantém nossa utopia acesa e nosso horizonte cada vez mais palpável”, disse Brito.


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