Comunicação vital

Telesur clama pela defesa da informação como direito humano

Grupo multimídia latino-americano está sendo ameaçado por Juan Guaidó, líder da direita que tentou assumir a presidência do país sem sucesso

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“Os ataques nos levam a continuar com a tarefa que realizamos. A TeleSUR continuará seu trabalho”, afirmou a rede em comunicado

São Paulo Derrotado ao tentar a reeleição para a presidência da Assembleia Nacional da Venezuela, o deputado Juan Guaidó abriu fogo contra a TeleSUR, a rede multimídia de comunicação latino-americana.

No domingo (12), o parlamentar de direita, que já se autoproclamou presidente do país, ameaçou “intervir na administração” e acusou a TeleSUR de… “promover a desestabilização da região, respaldar grupos terroristas e atentar contra a democracia”.

As ameaças de Guaidó estão sendo respondidas por um movimento internacional de defesa do canal. A #VivateleSUR tomou as redes sociais, ação que desencadeou uma onda de expressões em defesa dessa mídia, inclusive de presidentes, jornalistas e analistas de comunicação.

“Os ataques nos levam a continuar com a tarefa que realizamos. A TeleSUR continuará seu trabalho”, afirmou comunicado da rede. A Nova Televisão do Sul CA (TeleSUR) ressaltou, ainda, que a ameaça é feita “por aqueles que no nome da liberdade de expressão, querem abduzi-la”. E pediu a governos, instituições e associações que atuem na defesa da informação como um direito humano fundamental e desta plataforma de comunicação, trincheira de integração e paz.

“Os ataques ao nosso sinal apenas nos impulsionam a continuar com a tarefa que elaboramos. A TeleSUR continuará seu trabalho, merecendo amplo reconhecimento mundial ”, concluiu o comunicado.

Contraponto à hegemonia

A presidenta do canal, Patrícia Villegas, criticou as ameaças de Guaidó dizendo que ele “fala por ignorância”. Ela relatou, via Twitter, que mais uma vez o grande capital transnacional, com a voz de atores políticos de direita, dirige suas baterias contra o veículo. “Eles desejam expropriar seu sinal e cortar uma plataforma de comunicação que serviu para a reunião dos povos. Eles pretendem voltar aos tempos de silêncio e à invisibilidade daqueles que reivindicam seus direitos e lutam por um mundo melhor”, afirmou.

Laurindo Leal Filho,  jornalista especializado em democratização da comunicação, destaca a importância de uma emissora como a TeleSUR como alternativa à pauta única dos meios de comunicação de massa na América Latina. “É a grande alternativa democrática aos meios hegemônicos e por isso é combatida por aqueles que são contra a democracia, representantes dos grupos políticos cujas ideias são transmitidas pelo meios convencionais”, afirma. “A TeleSUR, ao fazer esse contraponto, vira foco dessas ameaças sem fundamento, inconsistentes, feitas por pessoas que não têm nem representatividade nem legitimidade, como é o caso de Guaidó.”

TeleSUR no ar

A TeleSUR foi ao ar pela primeira vez em 2005. A transmissão foi feita do Teatro Teresa Carreño, em Caracas, na Venezuela. Seu conselho é formado por figuras notáveis como o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, e o jornalista Ignacio Ramonet.

Meio de comunicação multimídia, a Telesur tem correspondentes em diversos países, entre eles o Brasil. Sua atuação, descreve em seu site, tem vocação social orientada a liderar e promover processos de união dos povos do Sul. “Somos um espaço e uma voz para a construção de uma nova ordem comunicacional”, afirma, com o objetivo de ser “uma multimídia e multiplataforma de serviço público com cobertura global que, desde o Sul, produz e divulga conteúdo informativo e formativo para uma base de usuários ampla e leal; com uma visão integradora dos povos”.

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