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Relatório aponta situação dramática dos direitos humanos no Brasil de Bolsonaro

Barômetro de Alerta para a situação dos direitos humanos indica aumento da violência da polícia e contra a mulher, entre outros problemas

Arquivo/EBC
Arquivo/EBC
Desde 2016, a violência policial e a violação de direitos humanos têm se intensificado no país, aponta Barômetro de Alerta

São Paulo – Será lançado hoje (30) o primeiro Barômetro de Alerta para a situação dos direitos humanos no Brasil. O relatório é constituído de uma série de outros relatórios produzidos no Brasil por movimentos sociais, organizações que fazem observatórios no Brasil, para dar uma percepção geral da situação dos ativistas, dos militantes, das populações hoje no país. Glauber Sezerino, copresidente da associação francesa Autres Brésils, afirmou, em entrevista ao jornalista Glauco Faria, na Rádio Brasil Atual, que o trabalho é composto ainda por depoimentos em vídeo de ativistas e atores da sociedade civil e que “a situação hoje no Brasil é dramática”.

“De uma parte você tem um presidente que diz que vai fazer tudo que ele pode para liberar ainda mais as execuções extrajudiciais. O Brasil não tem pena de morte oficialmente. Mas essas execuções extrajudiciais são permissões que o Estado dá às policiais brasileiras para executar a pena de morte. Um presidente que diz que vai dar arma para todo mundo e que tem o apoio de governadores como o Wilson Witzel (PSL) e o João Doria (PSDB). Não é à toa que esses são os estados que mais estão sofrendo com a violência policial, por exemplo”, apontou Sezerino.

O documento será lançado em Paris e pode ser acessado na íntegra na página Le Bresil Resiste. De acordo com o relatório de direitos humanos, entre 2016 e 2018 as vítimas de feminicídio aumentaram 29,8%, as vítimas de violência policial cresceram 47,3%, os hectares de terra em conflito subiram 67% e o número de indígenas assassinados aumentou em 141%.

“O que a gente gosta de acentuar também nesse barômetro é que o período Bolsonaro é uma etapa de um processo que começou antes, a partir de 2016, com o golpe e a destituição da ex-presidenta Dilma Rousseff. O Bolsonaro é uma etapa a mais, mais profunda. Não temos ainda os dados de 2019 porque não estão públicos, mas já sabemos, no que concerne à violência policial, que os primeiros oito meses de governo Bolsonaro já tem 2800 pessoas assassinadas pela polícia em todo o Brasil, aumento de 20% sobre os dados do ano anterior. No Rio de Janeiro e no estado de São Paulo, os índices de violência policial são incríveis, ultrapassam todos os recordes dos últimos 20 anos”, destacou Sezerino.

Ouça a entrevista da Rádio Brasil Atual