Movimento das Cidadãs Posithivas oferece acolhimento às mulheres com HIV/Aids 

Na luta pelos direitos das mulheres soropositvas, organização se mobiliza para garantir informações, assistência médica e emponderamento. Nesta sexta (24), movimento nacional lança novo site com todos esses serviços

Arquivo EBC
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Novo site do movimento disponibiliza canais de informações e acolhimento para as mulheres. Secretária de comunicação destaca união em meio aos retrocessos com governo Bolsonaro

São Paulo – O Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas lança nesta sexta-feira (24), a partir das 10h, seu novo site, com a proposta de proporcionar acolhimento a todas as mulheres que vivem com HIV/Aids. Pelo menos desde 2004, quando foi criado, o grupo vem atuando em todos os municípios brasileiros para garantir visibilidade e informações corretas, com evidências científicas, na prevenção e o tratamento à população feminina soropositiva.

A divulgação do novo site vem acompanhada ainda pelo lançamento do projeto Empoderamento Feminino de Mulheres Vivendo com HIV/Aids em Estratégias de Lobby, Advocacy e Comunicação Digital. A iniciativa pretende levar ações de incidência política às mulheres que vivem com o vírus, para a garantia de seus direitos.

De acordo com as organizadoras, a proposta é que o projeto, além de fortalecer essas mulheres, consiga levantar novas demandas, ampliar a comunicação, aumento a divulgação e a visibilidade das ações de prevenção e tratamento.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a secretaria de comunicação do Cidadão Posithivas, Jaciara Pereira, destaca que a organização das mulheres tem sido fundamental diante dos retrocessos impostos pelo governo de Jair Bolsonaro. “Estamos numa realidade de invisibilidade política”, lamenta.

Articulado à onda do conservadorismo, o governo Bolsonaro, desde quando assumiu, tem retroagido nas conquistas sociais dos últimos anos quanto à prevenção, o tratamento e o combate ao vírus da Aids. Campanhas públicas de conscientização estão sendo reduzidas, e mesmo nas escolas, por conta da ausência de aulas de educação sexual, o tema vem deixando ainda mais de ser tratado.

Reportagem do jornal Deutsche Welle também informa que o fim da cooperação entre o Estado e ONGs vem prejudicando as campanhas contra a Aids. Não à toa, o Brasil assiste a um aumento de infecções, com 21% a mais em 2018, com relação à média dos últimos 10 anos.

E mesmo quando o governo propõe alguma medida, elas acabam excluindo parcelas consideráveis da população, incluindo as mulheres, como adverte Jaciara em referência ao anúncio da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

A ministra defende uma campanha de abstinência sexual como meio para evitar a gravidez na adolescência. De acordo com a secretaria de comunicação, o aumento da invisibilidade das mulheres acompanha uma histórica exclusão, a começar pela medicação anti-retroviral, que nunca foi pensada para o corpo da mulher.

“O que nos assusta, enquanto movimentos sociais, são justamente essas políticas, que eles colocam e não param para ouvir os movimentos, as pessoas que realmente eles deveriam ouvir para trazer uma alternativa”, explica.

“Mas em relação a esses retrocessos, nós trabalhamos na política do diálogo e do enfrentamento, então assim, ninguém solta a mão de ninguém, nós mulheres estamos unidas”, destaca Jaciara sobre a luta do Movimento das Cidadãs Posithivas.

Você pode conferir o evento de lançamento, clicando aqui.


Ouça a entrevista na Rádio Brasil Atual

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