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Artistas convidam população a enfrentar os ataques de Bolsonaro contra a cultura

Petição busca ampliar mobilização contra a retirada de direitos, o autoritarismo e as políticas neofascistas do atual governo

TVT/Reprodução
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Para Borelli, artistas devem ocupar as ruas e fortalecer relação com a população para serem melhor compreendidos

São Paulo – Trabalhadores da cultura e artistas se mobilizam em todo país contra o desmonte das políticas públicas de cultura, bem como convidam a população a enfrentar a retirada de direitos, o autoritarismo e as políticas neofascistas do governo de Jair Bolsonaro. Segundo Sandro Borelli, presidente da Cooperativa Paulista de Trabalho dos Profissionais da Dança, a mobilização é principalmente de artistas, mas se dirige a toda a população, inclusive para mostrar a importância do trabalho dos artistas, que não produzem coisas quantificáveis e ainda são pouco compreendidos. Foi criada uma petição para reunir apoio à proposta.

“Já vínhamos sentindo uma necessidade dos trabalhadores das artes cênicas do país de construir uma articulação potente para fazer frente a tudo que está acontecendo no país, com esse governo protofascista, neoliberal, que tira direitos do povo diariamente”, afirmou, em entrevista à Rádio Brasil Atual. “A arte não produz cadeira, parafuso, pneu. Nós produzimos coisas imateriais, mas de grande valor simbólico para o país, a nossa cultura, o nosso povo. A gente produz pensamento crítico, ética, cidadania, reflexão. E esse governo sabe disso”, completou.

Borelli destacou que os artistas se mobilizam porque estão sendo perseguidos e o atual governo busca desconstruir tudo o que foi construído nos anos anteriores, pelos artistas e por um projeto de governo destinado às artes cênicas. “Em todos os governos fascistas, de extrema direita, uma das primeiras áreas a serem perseguidas por eles sempre foi a arte. Isso está aí na história. E o atual governo, desde o seu início, já apontou para isso. Desde que o (Michel) Temer assumiu por meio daquele golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, umas das primeiras coisas foi extinguir o Ministério da Cultura”, lembrou o artista.

O presidente da Cooperativa de Dança vê os movimentos culturais de jovens, como os slams de poesia urbana, como um espaço muito importante de formação e resistência. “A gente deve vencer, virar a página dessa história atual nossa, na rua mesmo. E também usando a arte como um instrumento de confronto. A função dos artistas é usar a arte como arma de guerra, contra governos fascistas. Esses movimentos culturais e sociais que estão sendo realizados pelo país afora, principalmente por jovens, são necessários”, afirmou.

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