CONFLITO

‘Não vamos permitir que o nosso povo siga morrendo’, diz Sonia Guajajara

Coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas protesta contra o assassinato do líder Paulo Paulino Guajajara, morto por madeireiros

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Sonia: “Mais um guardião se foi. Já foram vários do povo Guajajara que morreram por lutar contra essa exploração ilegal no nosso território"

São Paulo – “Nós seguimos firmes fortalecendo uns aos outros, umas às outras. Nós não vamos permitir que nosso povo siga morrendo por lutar pela vida de todo mundo”, afirmou hoje a coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sonia Guajajara, e ex-candidata à vice-presidência nas eleições de 2018.

Sonia divulgou no YouTube um vídeo em que fala sobre o assassinato do líder indígena Paulo Paulino Guajajara, morto por madeireiros na sexta-feira (1º) no interior da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. Ele tinha 26 anos e deixou esposa e um filho.

“Mais um guardião se foi. Já foram vários do povo Guajajara que morreram por lutar contra essa exploração ilegal no nosso território. Essa exploração de madeira. Mas isso não pode continuar assim. É hora de dar um basta nessa situação. Nós estamos na Europa justamente para denunciar esse tipo de violência, que vem ocorrendo de forma crescente, em todo o Brasil. Nosso povo está ameaçado, está morrendo, está sendo criminalizado e hoje todo mundo que defende os territórios está nessa mira, na mira da ganância, do poder econômico, onde se preocupam apenas em gerar lucros, enquanto nós pensamos na nossa identidade, no nosso modo de vida”, afirmou.

Segundo a Apib, que divulgou o vídeo, “o governo Bolsonaro tem sangue indígena em suas mãos. O aumento da violência nos territórios indígenas é reflexo direto de seu discurso de ódio e medidas contra os povos indígenas do Brasil”.

A entidade também diz que é preciso dar um basta à escalada dessa política genocida contra os nossos povos indígenas do Brasil. E esclarece que Sonia Guajajara está em circulação pela Europa na Jornada Sangue Indígena: Nenhuma Gota a Mais justamente para denunciar os absurdos desse governo. “As autoridades, órgãos internacionais e organizações de direitos humanos precisam se pronunciar e somar forças para barrar esse genocídio institucionalizado em curso no Brasil”, diz a nota.

Confira o vídeo

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