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Atingidos por barragem em Brumadinho travam linha de trem da Vale

Protesto reivindica que a empresa não pare de pagar o auxílio emergencial e que seja mantida a busca pelos corpos das vítimas

MAB
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Manifestantes fecharam os trilhos da estrada de ferro exigindo que a Vale atenda demandas consideradas fundamentais

São Paulo – Famílias atingidas pelo rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, bloquearam a linha férrea da mineradora Vale na altura do município Mário Campos, em Minas Gerais, na manhã desta terça-feira (19). Os manifestantes reivindicam que diretores da empresa com poder de decisão participem das negociações com as famílias dos atingidos por barragem, a continuidade do auxílio emergencial pago aos atingidos e que não parem as buscas pelas vítimas, entre outras demandas. Segundo o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), ainda há 14 pessoas desaparecidas.

“O Movimento de Atingidos por Barragens esclarece que o bloqueio da linha férrea no município de Mário Campos, próximo a Brumadinho, visa justamente garantir que os direitos dos atingidos sejam respeitados e que suas vozes sejam ouvidas. Os atingidos exigem que a Vale se sente para negociar uma reparação justa, sem intermediários, com a presença dos executivos da empresa que tenham poder de decisão”, diz nota divulgada pelo movimento.

A participação de diretores com poder decisão é considerada fundamental para garantir o andamento das negociações nas próximas reuniões entre a Vale e as famílias dos atingidos por barragem. Na próxima quinta-feira (21) será discutida a renovação do auxílio emergencial. “Exigimos a renovação da verba mensal para garantir as condições mínimas às famílias, até que se resolva a recomposição da renda, as atividades produtivas e econômicas e se finalize o processo de reparação integral”, defende o MAB.

Os atingidos também exigem a contratação de assessorias técnicas já escolhidas pelas famílias para orientação quanto às medidas de reparação dos danos socioeconômicos causados pelo rompimento da barragem. A chegada das chuvas também preocupa o MAB, tanto pelas pessoas que moram em áreas consideradas de risco para inundação e contaminação pelos resíduos da barragem como pelo risco de chegada dos rejeitos a nascentes e outras fontes de água.

Os manifestantes pedem aindaque seja garantido o atendimento aos agricultores familiares e aos pescadores da região, que perderam sua fonte de renda e sobrevivência. Eles reivindicam uma indenização emergencial de R$ 30 mil, além do pagamento de eventuais dívidas dos trabalhadores e o custeio de análises de solo.

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