Transporte público

Motoristas confirmam greve de ônibus nesta sexta-feira em São Paulo

Contra redução da frota municipal, que pode perder mil ônibus, categoria fez protestos na capital nesta quinta, e promete não sair das garagens

Paulo Pinto/Fotos Públicas
Paulo Pinto/Fotos Públicas
Motoristas afirmam que fizeram inúmeras tentativas de diálogo com o prefeito, Bruno Covas (PSDB), sem sucesso

São Paulo – Os motoristas de São Paulo confirmaram a greve de ônibus anunciada para esta sexta-feira (6). De acordo com o sindicato da categoria, a paralisação geral do serviço foi decida após um dia de protesto nesta quinta, que chegou a fechar a maioria dos terminais.

Os trabalhadores protestam contra a redução da frota promovida pela prefeitura de São Paulo e reivindicam a revisão do plano. Condutores e cobradores se dirigiram até a sede do governo municipal para reivindicar a manutenção dos postos de trabalho.

Segundo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), a gestão Bruno Covas retirou 450 ônibus de circulação e até o final do ano o número deve aumentar para mil. Em nota divulgada também nesta quinta (5), o Sindmotoristas afirma que “amanhã, os veículos não sairão das garagens”.

Os motoristas afirmam que fizeram “inúmeras tentativas” de diálogo com o prefeito Bruno Covas (PSDB), mas não obtiveram sucesso. Já o prefeito alega que “não atua diretamente” com os motoristas. “A nossa atuação é em cima das empresas concessionárias para que a população não saia prejudicada.”

Covas também determinou, em junho, a extinção da função de cobrador. A justificativa é que o custo de manutenção da função não compensa o número de tarifas pagas em dinheiro – cerca de 5% do total de passagens.  “Várias cidades já modernizaram com a questão do fim do cobrador”, alega o prefeito.

O deputado estadual Teonílio Lula Barba, líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa SP, observou que a mídia faz questão de associar a paralisação dos motoristas a um “verdadeiro caos urbano”, mas se omite em dizer qual a razão da paralisação.

“A prefeitura de São Paulo, junto com as empresas de ônibus, já retirou 450 veículos de circulação, a previsão é de que até o final do ano mais mil ônibus deixem de circular sem serem repostos, segundo dados do Sindicato dos Motoristas. Isso significa que pelo menos 6 mil trabalhadores serão demitidos”, afirma Barba. “O Brasil amarga uma taxa de mais de 11,8% de desemprego, mais de 12 milhões de desempregados. Ao invés de pensar políticas de geração de emprego, trabalho e renda, o prefeito tucano Bruno Covas cria medidas que aumenta ainda mais.”

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