PRISÃO POLÍTICA

Emoção marca reencontro de militantes do movimento de moradia presas em São Paulo

“A gente está sob o impacto de muita emoção", disse a deputada Lecy Brandão, que acompanhou o reencontro de Preta Ferreira e Ednalva com Angélica

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Lecy e Dimitri: “O que a gente quer é que haja um pouco de sensibilidade, que haja uma revisão nessa questão, porque o que a gente entende é que essas prisões foram feitas de forma injusta"

São Paulo – Esta sexta-feira (30) foi um dia de fortes emoções para as militantes dos movimentos sociais de moradia no centro de São Paulo, presas na Penitenciária Feminina da Capital sob acusação de extorsão pelo Ministério Público estadual. Uma ação, porém, marcada pela politização do Judiciário. Presas desde 24 de junho, Preta Ferreira e Ednalva reencontraram Angélica, que foi transferida para essa prisão.

“A gente está sob o impacto de muita emoção, porque as nossas amigas se encontraram, e isso nos comoveu muito. Ao se encontrarem, elas choraram, caíram no chão. Esse reencontro para elas foi muito forte. Elas precisam estar juntas, pelo menos, e isso não estava acontecendo”, disse a deputada estadual Lecy Brandão (PCdoB), que em visita à penitenciária acompanhou o reencontro.

“O que a gente quer é que haja um pouco de sensibilidade, que haja uma revisão nessa questão, porque o que a gente entende é que essas prisões foram feitas de forma injusta. Ali não existem criminosas, não existem ladras, absolutamente. Existem três cidadãs, seres humanos, que precisam ser reconhecidas, porque as mulheres guerreiras que lutam pela igualdade, por inclusão, não vão fazer nada de mais, isso não é crime”, defendeu a deputada.

O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo (Condepe), Dimitri Sales, também acompanhou a visita. “Viemos à penitenciária da capital visitar a Preta, a Angélica e a Edinalva, presas do movimento de moradia. Hoje foi um momento muito forte, impactante, porque pela primeira vez a Angélica, que estava em outra penitenciária, reencontrou a Preta e a Edinalva, e foi um momento muito forte. Que a Preta, a Edinalva, a Angélica, o Sidnei e todos os outros que tiveram prisão decretada possam, enfim, ter reconhecida sua inocência e gozar plenamente da liberdade a que têm direito”, disse.

Na quinta-feira (29) foi divulgado pelo portal de notícias 247 que o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a absolvição da líder do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), Carmen da Silva Ferreira, também acusada de extorsão a moradores da ocupação do antigo Hotel Cambridge, em razão da cobrança de contribuições coletivas. A decisão abre precedente para a defesa de lideranças do movimento presas.

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