homicídio doloso

CPI de Brumadinho pede indiciamento de cúpula da Vale por rompimento de barragem

Para os deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, empresa "assinou atestado de óbito coletivo", ao manter instalações como o refeitório da mina em frente à barragem

Corpo de Bombeiros/Divulgação
Corpo de Bombeiros/Divulgação
Rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, há oito meses, deixou 249 mortos e 21 desaparecidos, além do rastro de lama na cidade

São Paulo – O relatório final da CPI de Brumadinho, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), apresentado nesta quinta-feira (12), aponta que são 13 os responsáveis pelas centenas de mortes da tragédia de janeiro passado. Entre eles estão o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, o ex-diretor-executivo, Peter Poppinga, e representantes da empresa alemã Tüv Süd.

A CPI sugere o indiciamento dos acusados por homicídio doloso eventual, quando se assume o risco das mortes. O rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, há oito meses, deixou 249 mortos e 21 desaparecidos, além do rastro de lama na cidade.

Para os deputados mineiros, a Vale assinou “atestado de óbito coletivo’, ao manter em frente a barragem, instalações como o refeitório da mina, que estava quase que totalmente ocupado no momento do rompimento. O documento com as conclusões da CPI será entregue, na próxima terça-feira (17), à mesa da ALMG. “Foi um crime, crime doloso, com dolo eventual, e cabe à CPI apresentar a sugestão de indiciamento”, disse o relator, André Quintão (PT).

Os executivos da Vale já foram alvo também de CPI realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília. Força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Federal também investiga as causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem.

O documento também lista 110 recomendações a poderes, órgãos e entidades para acompanhar os trabalhos de reparação e melhorar a segurança das barragens, entre outras. O relator ainda disse que vai propor ainda a revisão dos direitos da Vale para operar na área da tragédia, para que possa ser transformada em memorial. “A Vale priorizou o lucro, não as pessoas”, afirmou à Folha de S.Paulo.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT

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