esquenta

São Paulo recebe ‘Sarau das Margaridas’, que prepara para a marcha de agosto

Poesia e música se aliam à luta das mulheres que, em 13 e 14 de agosto, marcharão até Brasília contra o racismo e o machismo

arquivo agência brasil
arquivo agência brasil
Sarau e marcha são realizados em um momento político complexo de retirada de direitos, retrocessos históricos e avanço de políticas de extrema-direita

São Paulo – A maior ação política de mulheres da América Latina, a Marcha das Margaridas, tem data marcada para agosto, em Brasília, mas antes disso a cidade de São Paulo recebe um “esquenta” do evento. Nesta quarta-feira (17), o Café dos Bancários, situado no centro da capital paulista, recebe o Sarau das Margaridas. Poetas e poetisas estarão ao lado de músicos e musicistas para aliar arte e política.

Dos músicos confirmados, estão Beth Amin, Edvaldo Santana, Joana e Jean Garfunkel. Os Poetas do Tietê e a poetisa Thata Alves estão também entre as atrações, além da performance teatral Palavra Ocupação, do ator Dinho Lima Flor, da Cia do Tijolo. Depois disso, o palco será aberto para a participação de artistas que estiverem no sarau e quiserem se apresentar.

A atividade terá um custo de R$ 10, que será revertido para a Marcha das Margaridas que, neste ano, está sendo organizada por meio de financiamento coletivo. De acordo com as entidades que organizam o evento, cada R$ 100 garante a presença de três mulheres em Brasília.

A Marcha

Em 13 e 14 de agosto, movimentos sociais, populares e sindical organizam a ida de mulheres de todos os cantos do país até a capital para levar suas pautas aos três poderes. Será a sexta edição do evento, realizado desde 2000. A coordenação fica por conta da Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag).

A iniciativa do financiamento coletivo já é um sucesso. Da meta de R$ 80.000, já foram arrecadados R$ 131.457 até a edição desta reportagem. São esperadas mais de 100 mil mulheres.

A Marcha homenageia, em seu nome, Margarida Maria Alves, primeira presidenta de Sindicato dos Trabalhadores Rurais, em Alagoa Grande (PB), assassinada em 1983. “Desde o seu surgimento, a Marcha vem se construindo como a maior e mais efetiva ação de luta das mulheres do campo, da floresta e das águas, contra a exploração, a dominação e todas as formas de violência e em favor de igualdade, autonomia e liberdade para as mulheres”, afirma a organização.

Importância especial

Tanto a Marcha como o Sarau são realizados em um momento político complexo de retirada de direitos, retrocessos históricos e avanço de políticas de extrema-direita. A secretária de Mulheres da CUT São Paulo, Márcia Viana, explica que os eventos representam a luta dos trabalhadores. “A Marcha tem a ver com a resistência das mulheres do campo, da cidade, das florestas e das águas. Não é à toa que faz uma homenagem a uma sindicalista lutadora que morreu assassinada. Margarida somos todas nós.”

A organização explica que, entre as exigências e demandas das mulheres neste ano, estão: “Resistir aos retrocessos sociais, exigir o fim do racismo e da violência contra as mulheres, defender os direitos humanos e o meio ambiente. Em 2019, nós vamos mais uma vez ao centro do poder para sermos vistas e para propor as políticas públicas que melhor atendem as demandas das agricultoras e agricultores familiares de todo o país”.

Leia também

Últimas notícias