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Jornalista Paulo Henrique Amorim morre aos 76 anos

Ele sofreu um infarto em sua casa, no Rio, na madrugada desta quarta-feira

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Paulo Henrique Amorim estava na TV Record, onde foi afastado, desde junho, após seu posicionamento contra o governo Bolsonaro

São Paulo – O jornalista Paulo Henrique Amorim morreu na manhã desta quarta (10), aos 76 anos,  em sua casa no Rio de Janeiro, vítima de um infarto fulminante.  A informação foi confirmada pela TV Record, onde exerceu sua última ocupação.

Vindo da mídia impressa, o jornalista teve passagem por diversas emissoras de televisão, como Globo, Bandeirantes, Cultura e Record. Nesta última, foi apresentador do programa Domingo Espetacular, onde ficou de janeiro de 2006 até junho passado. Crítico do governo Bolsonaro, ele havia sido afastado do programa, após a Record ser pressionada por apoiadores do ministro da Justiça, Sergio Moro, e do presidente pela demissão do jornalista.

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Paulo Henrique Amorim mantinha o blog Conversa Afiada, que se notabilizou pela defesa de uma mídia democrática e com críticas frequentes à Operação Lava Jato e a Bolsonaro. O jornalista popularizou o termo “PIG”, o Partido da Imprensa Golpista ( o termo foi criado pelo então deputado pernambucano Fernando Ferro, para classificar os meios de comunicação que perseguiam o governo Lula desde o início de seu primeiro mandato).

Também era conhecido pelo bordão com que sempre iniciava suas falas: “Olá, tudo bem?”. Em 2015, lançou o livro O Quarto Poder –  uma outra história, sobre jornalismo.

O corpo de de Paulo Henrique Amorim será velado amanhã (11), das 10h às 15h, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na região central do Rio. O corpo será cremado no Cemitério do Caju, zona norte carioca.

 

Em 2007, entrevista com Paulo Henrique Amorim foi tema principal da edição número 10 da Revista do Brasil, quando falou sobre o monopólio e a partidarização da mídia tradicional brasileira. Confira a íntegra.