Rachaduras

Governo da Bahia confirma rompimento da barragem de Quati

Água e lama deixaram 500 desalojados na cidade de Pedro Alexandre e já chegaram a Coronel João Sá, a cerca de 40 quilômetros adiante. Não há registro de mortos ou feridos

Secom/Governo da BA
Secom/Governo da BA
Rompimento da estrutura construída no rio do Peixe, nesta quinta-feira

São Paulo – O governo da Bahia confirmou hoje (12) que houve rompimento da barragem do Quati, em Pedro Alexandre, no nordeste do estado, próximo à divisa com Sergipe. A barragem era utilizada para pesca, abrigava água salobra e foi construída pelo governo do estadoTécnicos enviados ao local constataram rachadura nas laterais e transbordamento da barragem construída no rio do Peixe, que inundou na manhã de ontem (11) o município e deixou cerca de 500 pessoas desalojadas. A água atingiu hoje o município de Coronel João Sá, a 33 quilômetros de Pedro Alexandre. Não há registro de pessoas feridas e nem desaparecidas.

Por meio da assessoria de imprensa, o governo negou, porém, que a causa tenha sido a pressão da água. E informou ainda que serão feitas inspeções para avaliar os danos na estrutura e a situação de outras barragens na região.

O Movimento dos Atingidos por Barragem divulgou nota, em que destaca a insegurança das populações atingidas, a falta de acesso a informações sobre a situação das estruturas e de fiscalização. Para o movimento, a falta de monitoramento torna as barragens brasileiras como “bombas-relógios”. E lembra que a estrutura que se rompeu na Bahia não estava listada entre as que oferecem risco, “assim como as barragens de Minas Gerais que mataram tantas pessoas e destruíram dois rios, o Doce e o Paraopeba”.

O MAB reivindica a construção de planos de segurança locais capazes de evitar tragédias em casos de rompimentos. “No estado da Bahia já foi solicitado pelo MAB uma Política Estadual de garantia de direitos das populações atingidas, até o momento sem avanços significativos. Entendemos também a importância da efetivação da Política Nacional de Direitos dos Atingidos (PNAB), aprovada recentemente na Câmara e que segue para debate no Senado”, afirma a nota do movimento.

Com informações do G1 Bahia

Confira a íntegra da nota do MAB:

Rompimento de barragem em Pedro Alexandre (BA) reforça falta de segurança dos atingidos

Na Bahia, na região nordeste do estado, em um povoado no distrito de Quati, município de Pedro Alexandre, mais uma barragem se rompeu.

Segundo a Defesa Civil da região, a água se misturou com a terra formando uma espécie de lama que invadiu casas e deixou moradores ilhados. Não há informação sobre vítimas. A barragem foi construída pelo governo do estado, era de água salobra, e utilizada para pesca.

A água já chegou ao município de Coronel João de Sá, onde centenas de pessoas tiveram que abandonar suas casas, na beira do Rio Peixe, divisa com Sergipe.

Infelizmente, o Brasil sofre com mais um rompimento de barragem, reforçando o que o MAB tem denunciado com ênfase no último período: a população que vive próxima dos empreendimentos não está segura e nem ao menos conta com informações sobre as reais condições das estruturas.

A falta de fiscalização das barragens no país é um problema grave, que coloca vidas em risco, e é materializada em ocasiões de rompimento como a que ocorreu nesta quinta-feira (11) no distrito de Quati e em tantas outras, como Mariana e Brumadinho (MG).

O movimento entende que, devido às condições de não monitoramento, as barragens brasileiras são como “bombas-relógios” – a barragem que estourou na Bahia não estava listada oferecendo risco, assim como as barragens de Minas Gerais que mataram tantas pessoas e destruíram dois rios, o Doce e o Paraopeba.

O Movimento dos Atingidos por Barragens reivindica a construção de Planos de Segurança locais que possam dar conta de evitar tragédias em casos de rompimentos. Inclusive, no estado da Bahia, já foi solicitado pelo MAB uma Política Estadual de garantia de direitos das populações atingidas, até o momento sem avanços significativos. Entendemos também a importância da efetivação da Política Nacional de Direitos dos Atingidos (PNAB), aprovada recentemente na Câmara e que segue para debate no Senado.