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Mortes de presos provisórios em Manaus mostram que sistema é uma ‘máquina de morte’, diz Pastoral

Dos 55 mortos, 22 ainda aguardavam julgamento; segundo entidade, caso demonstra necessidade de acabar com encarceramento em massa

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Caso mostra que 'presídio é uma máquina de morte, que esmigalha tudo e todos, passando por cima do direito à vida', diz padre

São Paulo – Para a Pastoral Carcerária Nacional, a morte de 22 presos provisórios nos massacres recentes dentro de presídios em Manaus demonstram a necessidade do fim da política de encarceramento em massa. Nos mês de maio, 55 pessoas foram assassinadas nas prisões do estado, segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap).

“Tinham presos provisórios que já deveriam ter saído, claramente isso denota, mais uma vez, que o presídio é uma máquina de morte, que esmigalha tudo e todos, passando por cima do direito à vida”, disse o padre Gianfranco Graziola, assessor da Pastoral, à TVT.

Dos 55 mortos, 22 ainda aguardavam julgamento, sendo 12 deles suspeitos de ligação com tráfico de drogas. Tinham idades entre 21 e 34 anos.  “Nós estamos tentando ajudar estas famílias a se fortalecerem e cobrarem políticas públicas do Estado e, sobretudo, um processo de desencarceramento”, afirmou o padre.

A empresa Umanizzare é responsável pela gestão das quatro unidades onde ocorreram as chacinas, em Manaus e no interior do estado. Somente no estado da região Norte, o grupo recebeu R$ 836 milhões nos últimos cinco anos em contratos de gestão, manutenção, operação e fornecimento de serviços como limpeza e alimentação.

Segundo a Pastoral, o processo de privatização dos presídios têm sido prejudicial e desumano. “Depois dos acontecidos, eles não têm nenhuma notícia dos seus entes queridos, isso cria um mal-estar e uma dor indescritível. Não tem nenhum retorno por parte do governo, nem da Umanizzare”, lamentou Gianfranco .

Assista à entrevista ao Seu Jornal, da TVT

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