Mobilização

Heliópolis realiza 21ª Caminhada pela Paz na zona sul de São Paulo

Cerca de cinco mil pessoas marcharam nesta quinta-feira (6) pela comunidade em ato contra violência e por direitos, educação e políticas públicas

TVT/Reprodução
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"A violência ela vem quando falta água, luz, energia, quando a polícia invade, quando não tem educação de qualidade", destaca educadora

São Paulo – Estudantes, educadores, lideranças comunitárias, movimentos sociais e moradores de Heliópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, na zona sul da cidade, realizaram ontem (6) a 21ª Caminhada pela Paz, uma marcha pelas ruas da comunidade contra a violência e em defesa da educação, das políticas públicas e dos direitos humanos.

A caminhada surgiu em 1999 em decorrência do assassinato de uma jovem moradora, ocorre anualmente em defesa da vida e, nesta edição, chegou a reunir quase cinco mil pessoas. Presidenta da Unas, organização não governamental formada por lideranças e pessoas da comunidade, Antonia Cleide Alves, explica que desde a implantação da caminhada, em conjunto com o projeto Bairro Educador, Heliópolis vem conseguindo resultados positivos. “Saímos de um momento de muita violência, com toque de recolher e muitos meninos sendo mortos e hoje viramos uma cidade, com muitas necessidades, mas com caminhar. Temos um espaço de educação, meninos que fazem sarau”, descreve Antonia à repórter Martha Raquel, do Seu Jornal, da TVT.

Sob palavras de ordem contra o racismo, o machismo e a LGBTfobia, a comunidade marchou pelas ruas e vielas, um momento de luta também contra as políticas de contingenciamento do governo de Jair Bolsonaro, como afirma a educadora social Indira Gabriela. “A gente percebe que a paz não é só quando não tem tiro. A violência vem quando falta água, luz, energia, quando a polícia invade, quando não tem educação de qualidade. Então hoje a gente marcha também contra os cortes do governo que acha que educação é gasto, não investimento”, destaca.

Assista à reportagem da TVT