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Relatório denuncia uso de concessões públicas de rádio e TV para autopromoção eleitoral

'Jornal Brasil Atual' desta quinta destaca análise do Intervozes sobre as violações ao direito de comunicação ocorridas no processo político no país em 2018

pixabay
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Pluralidade de vozes é justamente o que a comunicação no país ainda não tem

São Paulo – Políticos se utilizando de concessões públicas de rádio e televisão para obterem benefícios eleitorais deveria ser um problema do passado, algo já superado em nome de uma comunicação que represente todas as vozes dos brasileiros. Mas não é o que ocorre no Brasil, como mostra a edição da manhã desta quinta-feira (30) o Jornal Brasil Atual.

Relatório divulgado pelo coletivo Intervozes na terça-feira (28) traz as violações ao direito à  comunicação que marcaram o ano de 2018 e que tem na concentração de mídia apenas uma de suas faces. No ano foram destaque também o uso de fake news pela campanha de Jair Bolsonaro (PSL) para conquistar vitória nas eleições, como também as violações ao direito de protesto e as ainda restritas políticas de acesso à internet.

Segundo levantamento do Intervozes em dez estados, pelo menos 34 candidatos às eleições possuíam concessões de rádio ou televisão em cidades com mais de 100 mil habitantes. “Os donos de mídia listados concorreram aos cargos de deputado federal (11), senador (6), deputado estadual (16) e governador (1). A maior parte são políticos de carreira: 16 tentaram a reeleição, cinco possuíam outros cargos políticos eletivos no momento e sete já tiveram cargos eletivos no passado”, afirma em artigo no relatório o pesquisador Eduardo Amorim, integrante do Intervozes e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Outro destaque do Jornal Brasil Atual desta quinta são as mudanças que o governo quer fazer na política de habitação popular no país. O governo de Jair Bolsonaro, por meio do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, tem manifestado o interesse de mudar a orientação para atendimento da faixa um do programa Minha Casa Minha Vida, para famílias que ganham até um salário mínimo. Em vez de dar o título de propriedade do imóvel para cada família beneficiada, o governo quer adotar o modelo de ‘locação social’, em que o imóvel é ocupado sem o título de propriedade.

A edição ainda traz o comentário do cientista político Emir Sader, que vai falar sobre a greve geral na Argentina nesta quarta-feira (29), a questão dos conflitos políticos na Venezuela e a tentativa da companhia norte-americana United Airlines de assumir o controle da Avianca.

O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, comenta ainda sobre o sistema de capitalização das aposentadorias, que o governo quer adotar no projeto de reforma da Previdência. O modelo já se mostrou ineficaz para promover o bem-estar social em 60% dos países onde foi adotado. Os grandes problemas da capitalização são o abandono do sistemas solidário, em que todos contribuem para os benefícios, e a concentração de recursos com os bancos, que obviamente apenas tem interesse na rentabilidade dos recursos, se apropriando do dinheiro dos trabalhadores.