Mapa Antirracista

Projeto mapeia ocupação negra no centro de São Paulo

Ferramenta da Ação Educativa permite que educadores combatam o racismo a partir de práticas pedagógicas

REPRODUÇÃO

Mapa traz a localização de slam nas praças ao comércio de tecidos vindos do continente africano

São Paulo – Para registrar a ocupação e a circulação da população negra no território central da cidade de São Paulo, a Ação Educativa lançou o Mapa Antirracista. A ferramenta permite que educadores combatam o racismo a partir de práticas pedagógicas.

Do slam nas praças ao comércio de tecidos vindos do continente africano, da memória do poeta abolicionista Luís Gama à disputa narrativa vigente do bairro da Liberdade como um território negro. Espaços como esses foram mapeados no projeto, que busca o reconhecimento do protagonismo da cultura negra.

“É um mapa voltado para educadoras e pessoas que lidam diretamente com crianças e adolescentes, especialmente na região central. É uma ferramenta pedagógica trabalharem a questão de direitos desses jovens, dentro de uma abordagem antirracista”, explica Bárbara Barbosa, assessora do projeto.

Cerca de 50 espaços e equipamentos que reafirmam a resistência negra, na região central de São Paulo, foram identificados. “A ideia é expandir o projeto para toda a cidade e ampliar o mapa, pois ele está aberto para que as pessoas colaborem e insiram seus trabalhos no mapa. A gente quer dar visibilidade à ocupação da população negra no centro da cidade”, acrescentou ela.

Sueli Alves, diretora da Escola Brigadeiro Faria Lima, no centro da capital, levou o projeto para dentro das salas de aula. “A gente já tem no horizonte essa preocupação de instituir conteúdos que abordem a questão estrutural do racismo nas relações interpessoais. Agora, é avançar na construção de práticas mais processuais, que envolvam diversas disciplinas”, contou.

Apesar do pouco tempo de projeto abordando o racismo e a cultura negra na escola, ela garante que já é possível perceber a mudança de comportamento entre pais e alunos. “Nas reuniões do conselho, neste ano, a gente já nota essa preocupação, como a questão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O que me sensibilizou bastante foi como as pessoas se perceberam educadores, porque todos os adultos são educadores, em alguma medida.”

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT

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