Abril vermelho

Nos 23 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, MST faz mobilizações pelo país

Manifestações em homenagem a 19 trabalhadores sem-terra assassinados em 1996, no Pará, integram programação do Abril Vermelho, que reafirma luta pela reforma agrária e contra retrocessos de Bolsonaro

Divulgação

No local onde trabalhadores foram assassinados, jovens da região fazem acampamento em homenagem às vítimas

São Paulo – Ao longo desta semana, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organiza uma série de atos e manifestações como parte das homenagens aos 19 trabalhadores sem-terra que foram assassinados, em 17 de abril de 1996, no município de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, massacre que completa 23 anos nesta quarta-feira (17). 

Na época, centenas de sem-terra estavam em marcha rumo à cidade de Marabá para participar de alguns atos políticos, quando pararam para dormir nas proximidades da fazenda Macaxeira.  Os trabalhadores foram acordados por policiais militares que cercavam a área na intenção de desocupá-la, sob o argumento de que a rodovia estaria sendo obstruída. No entanto, em uma ação desastrosa, todo o aparato repressivo utilizado pelos PMs resultou na morte de 19 pessoas, além de dezenas de feridos. Ao menos 155 policiais foram indiciados e levados a júri popular, mas ninguém está preso.

Em memória e por justiça a essas vítimas, as mobilizações integram ainda a programação do Abril Vermelho, que reafirma a luta pela reforma agrária. Neste ano, diante do governo Bolsonaro, os atos pelo país também levantam uma reflexão acerca dos retrocessos e a violência no campo.

“Chegamos hoje, 23 anos desse massacre, e não temos muita coisa a comemorar. Infelizmente, o governo que está aí não tem compromisso com a reforma agrária”, avalia o membro da coordenação nacional do MST João Paulo Rodrigues, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. “Mas vamos para as ruas para lamentar o que está acontecendo e celebrar as conquistas que tivemos. O MST continuará firme na reforma agrária, mesmo com todas essas adversidades.”

No local onde os trabalhadores foram assassinados, há um acampamento, com cerca de mil jovens da região amazônica, prestando homenagem às vítimas. 

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